As Cachoeiras dos Dragões são um conjunto de 8 cachoeiras localizado na Zona Rural de Pirenópolis, em Goiás. É uma das principais atrações turísticas de Pirenópolis, tendo recebido o selo Travelers’ Choice 2020 pelo Tripadvisor.

Além de atração turística, as cachoeiras são um local de espiritualidade e de consciência ambiental. Integram uma área preservada pelo Mosteiro Zen Budista Eishō-ji, fundado pelo Mestre Ryotan Tokuda Igarashi.

O percurso pelas cachoeiras oferece uma incrível experiência espiritual. Simbolicamente, são várias etapas no caminho da formação do verdadeiro monge.

“Diz a lenda que uma carpa começa a nadar contra a corrente, subindo as cachoeiras até chegar ao final, onde se transforma em um Dragão”.

Confira, a seguir, os detalhes do nosso passeio.


Sobre Pirenópolis, leia também:


Como chegar às Cachoeiras dos Dragões?

Entrada da Estrada de Terra para as Cachoeiras dos Dragões, Pirenópolis
Entrada da Estrada de Terra para as Cachoeiras dos Dragões

As Cachoeiras dos Dragões estão localizadas a 40 km do centro de Pirenópolis, sendo 25 km de estrada pavimentada e 15 km de estrada de terra. A atração é uma das mais distantes de Pirenópolis.

Para chegar às Cachoeiras dos Dragões, você deve pegar a rodovia GO-338, no sentido Goianésia/GO.  Na altura do Recanto Carranca, você deve virar à direita e pegar a estrada de terra. No caminho, você passará pela Cachoeira Paraíso e depois pela Cachoeira do Rosário. Você pode utilizar as placas para essas cachoeiras para se guiar.

Porteira na Estrada de Terra, Cachoeiras dos Dragões, Pirenópolis
Porteira na Estrada de Terra, Cachoeiras dos Dragões

O trecho de terra é razoável até a Cachoeira Paraíso. A partir dela, há várias subidas e a condição da estrada piora bastante. Em razão disso, é importante ir com um veículo não muito baixo. Impressiona as pilhas e pilhas de pedras e entulhos às margens da estrada. No trecho final, a estrada melhora um pouco.

Itinerário

Sede das Cachoeiras dos Dragões, Pirenópolis
Sede das Cachoeiras dos Dragões

Chegando à sede da propriedade, onde fica o Mosteiro Zen Budista, somos recebidos pelos monitores. Em tempos de pandemia, é permitida a entrada apenas para quem comprou ingresso com antecedência. Não é possível comprar ingresso no local. E o número de visitantes por dia é limitado.

Vimos um casal que teve que retornar todo o trajeto porque não tinha ingressos comprados.

Após fazer um “check-in”, recebemos as orientações dos monitores e seguimos para a trilha. Os grupos são liberados a cada 10 minutos para evitar aglomerações.

Trilha nas Cachoeiras dos Dragões, Pirenópolis
Trilha nas Cachoeiras dos Dragões

A trilha é circular e só pode ser feita num sentido. É bem sinalizada. O trajeto é de 4,3 km e é percorrido em cerca de 4 horas. No caminho, o visitante conhece as oito Cachoeiras dos Dragões.

O trecho inicial da trilha é de descida, em torno de 2 km, passando pelas cachoeiras 1 a 4. Passamos pelas cachoeiras 5 e 6, na área mais baixa. Em seguida, subimos até as cachoeiras 7 e 8. Por fim, caminhamos 1 km até chegar novamente à sede da propriedade. Confira o mapa a seguir.

Mapa das Cachoeiras dos Dragões, Pirenópolis
Mapa da Trilha, Cachoeiras dos Dragões

Em cada cachoeira, você encontrará um texto explicativo baseado no ensinamento repassado pelo Mestre Zen Ryotan Tokuda, o fundador do Mosteiro. Ele escolheu os nomes das cachoeiras e ensinou o sentido deles.

1a Cachoeira: Portão do Dragão

Primeira Cachoeira: Cachoeira Portal do Dragão, Cachoeiras dos Dragões
Cachoeira Portal do Dragão, Cachoeiras dos Dragões

“O caminho para se tornar um monge começa no Portão do Dragão, a primeira cachoeira. Esse portão corresponde ao Mosteiro Zen.”

A primeira cachoeira fica a cerca de 800 metros da entrada da propriedade. Da trilha principal, pegamos um ramo à esquerda e descemos até a cachoeira. É um lugar gostoso e agradável para se banhar.

2a Cachoeira: Dragão Azul

Cachoeira Dragão Azul, Cachoeiras dos Dragões, Pirenópolis
Cachoeira Dragão Azul, Cachoeiras dos Dragões

“O Dragão Azul mora no fundo das águas, onde ninguém pode sondar tal profundidade. Para chegar lá, é preciso muito empenho. O praticante zen precisa, muitas vezes, passar por momentos de grande dureza. Para entrar na caverna do dragão azul, é preciso arriscar a própria vida. Porém, quanto mais treina, mais sua capacidade aumenta.”

A segunda cachoeira tem um poço raso. Por isso, não acho que valha a pena fazer uma parada por lá. Após a cachoeira, há uma segunda cascata com vários degraus, mas é proibido (e perigoso) descer.

3a Cachoeira: Pérola do Dragão

Cachoeira Pérola do Dragão, Cachoeiras dos Dragões, Pirenópolis
Cachoeira Pérola do Dragão, Cachoeiras dos Dragões

“Dizem que o Dragão está guardando dentro de suas mandíbulas uma pérola preciosa, negra e rara. Isso simboliza a natureza de buda, ou seja, a nossa verdadeira natureza – desperta. Para conseguir pegar essa pérola, é preciso ter coragem. Essa cachoeira tem águas profundas e não se pode enxergar o fundo: é preciso tocar a mandíbula do dragão sem medo.”

O poço da 3a. cachoeira é um poço agradável para quem quer se banhar, mas costuma ficar um pouco lotado de visitantes.

4a Cachoeira: Nuvens do Dragão

Cachoeira Nuvens do Dragão, Cachoeiras dos Dragões, Pirenópolis
Cachoeira Nuvens do Dragão, Cachoeiras dos Dragões

“Este é o destino de quem já conseguiu pegar a Pérola do Dragão. Nessa hora, aparecem muitas nuvens. O Dragão sai da água, envolto nessas nuvens e começa a subir aos céus. As nuvens, de certo modo, também são o caos: nada controlado, nada preparado. Ninguém sabe o que acontece. Assim, a pessoa consegue a autorrealização.”

O poço da 4a. cachoeira é todo coberto por árvores formando uma sombra agradável para quem não quer se expor ao sol.

5a Cachoeira: Dragão Verdadeiro

Cachoeira Dragão Verdadeiro, Cachoeiras dos Dragões, Pirenópolis, Goiás
Cachoeira Dragão Verdadeiro, Cachoeiras dos Dragões

“O livro Fukanzazengi, de Mestre Zen Dogen, conta a história de um senhor que era fascinado por dragões. Ele colecionava tudo relacionado a dragões: desenhos, roupas, cerâmicas. Um dragão ficou sabendo disso e, muito contente, foi visitá-lo. Quando o homem viu quem batia à sua porta, desmaiou! Assim é quando se encontra um mestre verdadeiro. Há muitas pessoas tagarelado sobre o Zen, mas não passam de potes, desenhos e imitações de dragão. Quando aparece o verdadeiro, se assustam e tentam se justificar, mas é tudo imitação, mentira. Aí está perdido!”

Após a 4a. cachoeira, seguindo a trilha, encontramos uma bifurcação. Virando à esquerda, vamos para a 5a. cachoeira, e à direita, para a 6a. cachoeira.

Na minha opinião, a quinta cachoeira é mais bonita do complexo, com destaque para o paredão de pedras em sua volta e para o enorme poço com água de cor verde-esmeralda. É um local isolado e, por isso, talvez seja o melhor lugar para meditar ou apreciar a espiritualidade do complexo.

6a Cachoeira: Dragão Voador

Cachoeira Dragão Voador, Cachoeiras dos Dragões, Pirenópolis
Cachoeira Dragão Voador, Cachoeiras dos Dragões

“Esta é a maior de todas as cachoeiras, com uma queda de 55 metros. É alta, larga, como se fosse um dragão abrindo as asas, subindo para os céus”.

A 6a. cachoeira é gostosa, mas não é a minha preferida. Algumas pessoas acabam se arriscando subindo nas pedras. É perigoso!

7a Cachoeira: Dragão do Céu

Cachoeira Dragão do Céu, Cachoeiras dos Dragões, Pirenópolis
Cachoeira Dragão do Céu, Cachoeiras dos Dragões

“A sétima cachoeira se chama Tenryu. ‘Ten’ é céu, ‘Ryu’ é dragão. Este é o Monge Zen que já realizou a natureza de Buda. Então, ele sai do Mosteiro e começa a trabalhar com toda a força”.

Para chegar à sétima cachoeira, passamos, primeiro pela oitava cachoeira. Descendo uma escada de madeira, chegamos a um poço razoavelmente fundo, de água verde-esmeralda. Sem dúvida, vale a pena entrar na água!

8a Cachoeira: Rei dos Dragões

Cachoeira Rei dos Dragões, Cachoeiras dos Dragões, Pirenópolis
Cachoeira Rei dos Dragões, Cachoeiras dos Dragões

“O grande Rei dos Dragões representa os guardiões do mosteiro, que defendem o Dharma (ensinamento) para que o local continue funcionando bem. Todos os dias, os monges realizam uma cerimônia na cozinha do mosteiro no qual há recitação dedicada aos Reis dos Dragões. Aqui, estamos acima da cachoeira Dragão Voador. É nesse ponto alto que ficam os Urubus-Reis”.

Seguindo a trilha, a oitava cacheira fica, em verdade, antes da sétima cachoeira. É composta por um conjunto de poços naturais, formados nas pedras. Alguns são bem rasinhos e são os mais quentinhos de todo o complexo. Muitos visitantes também ficam deitados nas pedras aproveitando o sol.

Dicas para o visitante

Confira, a seguir, uma lista de orientações para você ter uma visita tranquila e proveitosa às cachoeiras:

  • Compre ingresso com antecedência.
  • Observe os horários de funcionamento. É importante chegar cedo, preferencialmente de manhã. A entrada deve ser feita até às 13h (o portão fecha). Às 16h, você deve sair das cachoeiras e a atração fecha às 17h.
  • Use máscaras. É obrigatório o uso de máscaras durante todo o trajeto, exceto durante o banho de cachoeira.
  • É proibida entrada com bebidas alcóolicas, cigarros, instrumentos musicais, isopor e animais de estimação.
  • Leve água, frutas e lanches, pois não há restaurantes na atração. Na recepção é possível comprar apenas barrinhas de cereais e algumas bolachinhas.
  • Utilize calçados fechados e permaneça sempre na trilha, sem se aventurar pela mata.
  • As melhores cachoeiras para banho, na minha opinião, são a 3a (Pérola do Dragão), a 5a (Dragão Verdadeiro), a 7a (Dragão do Céu) e a 8a (Rei dos Dragões). Se tiver pouco tempo, procure visitar essas cachoeiras.
  • Não suba nas cachoeiras.

No final da nossa visita, um rapaz decidiu subir na cascata da 7a atração e, por descuido, acabou rolando cachoeira abaixo, degrau por degrau. Quebrou o braço. Foi um sufoco para tirá-lo da água, imobilizar o membro e trazê-lo até a recepção. Os visitantes tiveram que ajudá-lo, pois o socorro demoraria a chegar. O rapaz teve que ser operado em Brasília e passa bem.

Ingressos

Conforme mencionamos, é importante comprar os ingressos para as Cachoeiras dos Dragões com antecedência. Você pode efetuar as compras pelo site da atração ou nos postos autorizados na cidade de Pirenópolis.

Os ingressos são para dias determinados. Em geral, a atração está aberta de sexta-feira à domingo, mas é possível encontrar outras datas no site.

Os preços são os seguintes:

  • Adulto (13 a 59 anos): R$ 50,00
  • Crianças de 8 a 12 anos e idosos acima de 60 a 79 anos: meia-entrada
  • Crianças de até 7 anos e pessoas acima de 80 anos: acesso gratuito
  • Aniversariantes (no dia da visitação): acesso gratuito.

Como as vagas são limitadas, mesmo quem tem acesso gratuito deve emitir o seu voucher. A Carteira de Estudante não é válida para obter meia-entrada.

Vale a pena visitar as Cachoeiras dos Dragões?

Incríveis Paisagens nas Cachoeiras dos Dragões, Pirenópolis
Incríveis Paisagens nas Cachoeiras dos Dragões

Apesar da distância, vale muito a pena visitar as Cachoeiras dos Dragões. A atração deve estar na sua lista de o que fazer em Pirenópolis. Além de não ser muito movimentada, tal como as demais cachoeiras de Pirenópolis, tem várias opções de quedas d’água e poços onde você pode se banhar e relaxar.

A trilha tem dificuldade moderada e é bem sinalizada. Com exceção de um trecho de subida, achei relativamente tranquila. As paisagens do cerrado pelo caminho são muito bonitas. Com certeza você vai fazer muitos registros fotográficos!

O lugar é bem cuidado, organizado e os monitores são educados e atenciosos. É importante levar lanches, frutas e água, mas é possível comprar alguns “petiscos” na sede da propriedade.

Na Zona Rural de Pirenópolis, não costuma ter sinal de celular ou internet móvel. Entretanto, na entrada da atração, há internet Wi-Fi disponível aos visitantes.

Seguindo nossas orientações, tenho certeza que sua visita às Cachoeiras dos Dragões será inesquecível, uma experiência espiritual e de contato com a natureza.

Show CommentsClose Comments

Leave a comment