Neste post, explico porque eu não gostei do passeio Macuco Safari no Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, Paraná.
Desde já, esclareço que a minha opinião é minoritária, conforme revelam as avaliações da atração no TripAdvisor (nota 4.5/5). De qualquer forma, mesmo quem gostou do passeio reconhece os problemas que aqui vou relatar.
Fizemos o passeio em 2018 e, também segundo as avaliações, alguns problemas que enfrentamos persistem até hoje.
Sobre Foz do Iguaçu, leia também:
O que é o Macuco Safari?
O Macuco Safari é um dos mais famosos passeios opcionais do Parque Nacional do Iguaçu. Consiste na navegação, em bote inflável, pelas corredeiras do Rio Iguaçu, na fronteira entre Brasil e Argentina.
Durante o passeio, pela proximidade às quedas d’água, você, com certeza, vai se molhar!
- Para assistir o vídeo do mergulho na Cachoeira, clique aqui.
Mas, não foi isso que me incomodou no passeio. Não tenho medo de água fria! Detalho mais à frente.
Para fazer o passeio Macuco Safari, você entra no Parque Nacional pelo Centro de Visitantes (lado brasileiro), pega um ônibus e desce na Estação Macuco.
Na estação, já com o ingresso do passeio em mãos, você pega um carrinho elétrico e depois faz uma trilha a pé de 600 metros até chegar ao ponto de apoio próximo ao Rio Iguaçu.
Na trilha, você percorre um trecho de Mata Atlântica, onde o guia explica algumas curiosidades sobre a vida animal e vegetal do Parque Nacional do Iguaçu.
Nesse ponto de apoio, há uma loja de conveniência e armários (lockers) onde você pode deixar as suas coisas. Lembre-se: você vai se molhar!
A partir do ponto de apoio, você desce ao píer de funicular e pega o barco. O trajeto de barco não dura mais de 15 minutos.
Mas, será que vale a pena fazer o passeio?
Obviamente, cada visitante faz o seu juízo de valor a respeito de um passeio e tem experiências diferentes. Como falei anteriormente, a maioria das avaliações no Tripadvisor é positiva para o passeio (92,6% consideram o passeio excelente ou muito bom).
Na minha opinião, entretanto, não acho que o passeio valha a pena nas atuais condições. Explico as razões a seguir.
1. Preço do passeio
Em primeiro lugar, o passeio é muito caro para o que é oferecido ao turista.
O ingresso custa R$ 295 por pessoa, na tarifa inteira. Esse valor não inclui o ingresso para o Parque Nacional. Ademais, você terá que pagar para deixar suas coisas nos armários antes de embarcar.
Quando fizemos o passeio em 2018, o ingresso custava R$ 215, um preço que considero caro mesmo para os dias atuais.
A propósito, leia alguns comentários no Tripadvisor:
“Legal, não vale o preço. O passeio é bem divertido, mas extremamente caro, não vale o que cobram, passeio super curto. Isso que paguei com desconto para doador.” (Angra206, dezembro de 2019)
“Não vale o preço. Passeio legal, MOLHA MUITO, mas rápido demais. Não vale o custo-benefício. Ingresso caro pelo que é oferecido.” (Miguel Alex, novembro de 2019)
A título de comparação, o passeio de helicóptero pelas Cataratas custa R$ 430 numa aeronave com até 5 pessoas. Ou seja, um passeio aéreo, que é caro pela própria natureza, custa R$ 135 a mais, sem a necessidade de pagar o ingresso para o Parque Nacional ou os armários para guardar as suas coisas.
2. Duração do passeio
Em segundo lugar, a duração do passeio é muito curta. Em geral, menos de 15 minutos. Aliás, há relatos de que, em função de problemas técnicos no barco ou de passageiros passando mal, o passeio teria sido ainda mais curto.
Em função da seca que assola o país em 2021 e da redução da vazão do rio, o percurso também foi reduzido. Confira o que Vladimir M S (junho de 2021) escreveu no Tripadvisor:
“Passeio reduzido. Na minha opinião o passeio ficou prejudicado devido à seca que assola a região. Como o leito do rio estava raso o percurso do barco foi reduzido ficando restrito a uma área pequena e próxima à uma queda d’água. Faltou essa informação no momento da venda da atração ou antes de iniciar o passeio”.
3. Organização e atendimento
Em terceiro lugar, o atendimento e a organização também deixaram a desejar. No ponto de apoio, a empresa poderia organizar melhor as filas ou limitar o número de pessoas. Era uma Muvuca!
Já no píer, fiquei um bom tempo aguardando o colete salva-vidas. Recebi, então, um colete molhado, com cheiro desagradável, que tinha acabado de ser usado por outra pessoa. Muita gente reclama disso!
4. Funcionários
O que mais me irritou foi um funcionário que, durante o passeio, ficou de pé na minha frente, atrapalhando a minha visão e as minhas fotos. Ele só estava preocupado em fazer fotos e filmagens para depois vendê-las aos turistas.
Nesse barco, o condutor ficava no centro, o que dificultava a visão dos turistas que ficavam na parte de trás.
Outras pessoas tiveram a mesma experiência. Confira, a propósito, a avaliação de Núbia C (fevereiro de 2016):
“Bonito. Fomos em vários amigos. No bote, o piloto fica no meio, atrapalhando muito a vista de quem está atrás. Coletes sujos, com mofo e muito fedidos. O passeio é lindo, mas do lado argentino é muito melhor. No argentino, inclusive o piloto fica acima; não atrapalha a vista de ninguém.”
Além disso, os funcionários não oferecem nenhuma explicação ou orientação sobre o local durante o trajeto.
5. Proximidade às cachoeiras
E, se você pensa que vai chegar próximo às enormes cachoeiras, pode tirar o cavalinho da chuva!
O barco vai até algumas cachoeiras laterais, secundárias, chamadas de Três Mosqueteiros. Ficam bem longe da Garganta do Diabo, que é a maior das quedas (275 metros) que formam as Cataratas do Iguaçu.
Não tem nenhum ponto positivo?
Justiça seja feita, em alguns trechos, a vista é muito bonita. Além disso, é gostoso deslizar de barco pelo Rio Iguaçu, mas, definitivamente, não vale o preço cobrado. A relação custo-benefício é bem ruim.
O que eu recomendo?
Eu optaria por pagar um pouco mais e fazer o voo panorâmico de helicóptero. Pela empresa Helisul Taxi Aéreo, o passeio de helicóptero custa R$ 430,00 com duração de 9 a 11 minutos.
O preço do tour de Helicóptero não se alterou desde 2018. Neste mesmo período, o preço do Macuco Safari subiu de R$ 215 para R$ 295.
Outra possibilidade é fazer o Gran Aventura pelo Lado Argentino, com um barco maior, onde o condutor fica na parte de trás da embarcação. Ademais, o parque argentino é muito maior que o Brasileiro. O barco passa em duas quedas d’água com um volume de água muito maior.
Nada obstante, o passeio Gran Aventura também é caro. Custa 7 mil pesos argentinos, o que equivale a R$ 387.
De qualquer forma, se, mesmo assim, você quiser fazer o Macuco Safari, confira essas dicas:
- Pegue o barco em que o condutor fique na parque de trás ou sente-se nos bancos à frente da embarcação. Evite os barcos em que o motorista está no meio da embarcação!
- Traga mudas de roupa, chinelos e toalhas.
- Traga uma Go-Pro ou celulares à prova d’água.
- Informe-se sobre a vazão do Rio Iguaçu, antes de comprar o passeio.
Resumo
Quero deixar claro que as Cataratas do Iguaçu são fantásticas. Sem dúvida, é uma das 7 Novas Maravilhas da Natureza. Estive, também, nas Niagara Falls, na fronteira dos Estados Unidos com o Canadá. Estas nem se comparam às Cataratas do Iguaçu.
No Parque Nacional do Iguaçu, recomendo muito que pegue a Trilha das Cataratas (Parada Trilha das Cataratas), desça até o Mirante, e sinta a incrível força da natureza! Assista ao vídeo aqui!
O passeio Macuco Safari, entretanto, pecou pela organização, pelo atendimento e não tem uma boa relação custo-benefício para o turista. Sinceramente, espero que melhorem, pois é a oportunidade do visitante, nacional ou estrangeiro, conhecer um dos mais belos cartões postais do Brasil.