Bruxelas, na Bélgica, é a capital da União Europeia, também famosa pelos seus chocolates e cervejas. Se você estiver de dieta, não vá pra lá!
Desde o final da segunda guerra mundial, Bruxelas é um importante centro da política internacional. A capital belga é sede das principais instituições da União Europeia, tais como o Parlamento Europeu e a Comissão Europeia. Além disso, também é sede da OTAN, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma organização militar que reúne as principais potências ocidentais do hemisfério norte.
A Bélgica é dividida em três regiões, sendo uma delas ao norte (Flandres) em que se fala a língua flamenga, noutra, a língua francesa (Valônia) e a região onde se situa a capital Bruxelas, uma espécie de Distrito Federal, em que se fala majoritariamente o francês, apesar de, oficialmente, bilíngue.
São três as línguas oficiais do país: o flamengo, o francês e o alemão (há uma pequena comunidade ao leste do país na qual se fala a língua alemã). Mas, fique tranquilo: se você fala inglês ou francês, poderá se virar em qualquer lugar do país!
Recomendamos passar de 3 a 4 dias só em Bruxelas. O ideal é incluir Bruxelas dentro de um roteiro mais amplo, abrangendo outras cidades da Bélgica, tais como, Bruges e Gent, ou outras cidades da Europa.
Como chegar a Bruxelas?
Pousamos no Aeroporto de Bruxelas – Zaventem (BRU), num voo da British Airways. Não há voos diretos entre o Brasil e Bruxelas, mas é possível chegar à cidade fazendo conexões em Londres, Amsterdã, Paris, Madri, Lisboa e Frankfurt.
Uma opção interessante é descer no aeroporto de Amsterdã (AMS) e pegar um trem direto do aeroporto para o centro da cidade de Bruxelas. O trajeto de trem dura, aproximadamente, 2 horas e acaba sendo até mais rápido do que uma conexão aérea.
Do aeroporto, pegamos um trem até a estação Bruxelles-Midi. Já era tarde da noite. O trajeto dura mais ou menos 25 minutos. O custo é em torno de 9 euros.
Há mais de uma estação ferroviária em Bruxelas e a principal delas é a Estação Central, próxima a diversos pontos turísticos, tais como, o Grand Place e a Catedral de St. Michel e St. Gudula.
Onde ficar em Bruxelas?
Ficamos no hotel Pullman Brussels Centre Midi, que fica ao lado da estação ferroviária Bruxelles-Midi (também chamada Brussel-Zuid ou South Station).
O hotel é muito bom, quatro estrelas, seguindo o padrão da rede Accor. Os quartos são confortáveis e modernos. O wifi é gratuito. Os atendentes são simpáticos e prestativos. O valor da diária sem café da manhã é de 150 euros (março/22). Não é barato, mas os preços estavam bem mais em conta que hotéis de mesmo padrão nas proximidades da estação central.
A localização, ao lado da estação, facilita o acesso a vários pontos da cidade, incluindo o aeroporto. A estação é servida por ônibus, trens locais, metrô e, ainda, por trens de alta velocidade que ligam a capital belga a Paris, Londres e Frankfurt. Nela há diversas facilidades como supermercado, lojas, restaurantes fast-food e cafés.
A seguir, apresento nosso roteiro dia a dia em Bruxelas.
Dia 1
No primeiro dia, iniciamos o nosso roteiro pelo Parlamentarium, o centro de visitantes da União Europeia. Tomamos café na estação Bruxelles-Midi e pegamos a linha 6 do metrô até a estação Trone. A partir da estação de metrô, fizemos uma pequena caminhada até o Bairro Europeu (European Quarter), onde ficam as principais instituições do Bloco Econômico.
1. Parlamentarium
Nossa primeira parada foi no Parlamentarium, que é o Centro de Visitantes do Parlamento Europeu. A visita é gratuita e o centro está aberto 7 dias por semana inclusive aos domingos.
O Parlamentarium conta a história da União Europeia, narrando os fatos históricos que influenciaram a construção da unidade europeia, incluindo as datas em que cada país se integrou ao bloco.
Logo na entrada, o visitante recebe um guia eletrônico para auxiliar na visita, com todos os idiomas da União Europeia.
É possível assistir a um filme sobre o funcionamento do parlamento europeu, incluindo os debates entre os deputados em mais de 20 línguas diferentes. Além disso, numa sala confortável, é possível conhecer como a vida dos cidadãos europeus é influenciada pela União Europeia.
O Parlamentarium incentiva os cidadãos europeus a participarem da política do bloco. Sem dúvida, o centro de visitantes é um convite ao exercício da cidadania.
Recomendamos reservar, no mínimo, 3 horas para visitar a atração.
Em tempos de populismo de extrema-direita, convém lembrar a importância histórica da União Europeia. Foi esse bloco que assegurou a paz e o desenvolvimento econômico e social da Europa Ocidental após a Segunda Guerra Mundial. O Parlamentarium é um espaço para melhor conhecer essa importante instituição.
Visitamos o Parlamentarium no domingo. Por isso, não foi possível visitar o Hemiciclo, que é o plenário do Parlamento Europeu. Deixamos para o dia seguinte.
2. Parque do Cinquentenário
Do Parlamentarium, caminhamos até o Parque do Cinquentenário, um parque público urbano de 30 hectares que contempla jardins, lagoas e chafariz. Foi criado em 1880, em comemoração ao cinquentenário da independência da Bélgica.
No passado, já foi um local de exercícios militares. Já abrigou feiras e exposições mas, a partir de 1930, o parque passou a ser um espaço de lazer; um espaço urbano muito agradável!
No parque, está localizado o belíssimo e imponente Arco do Triunfo (Les Arcades du Cinquantenaire), construído em 1905, com três arcos e uma quadriga de bronze no topo.
Nas construções ao lado há dois museus: o Museu Real das Forças Armadas e de História Militar e o Autoworld, que é um museu do automóvel. No parque, há, ainda, uma mesquita.
Visitamos apenas o Museu de História Militar.
3. Museu Real de História Militar
O Museu Real das Forças Armadas e de História Militar é uma das principais atrações de Bruxelas, com certificado de excelência do TripAdvisor. Se você aprecia museus de guerra, não deixe de conhecê-lo!
Como falamos, o Parque do Cinquentenário era um local, no passado, de exercícios militares e de feiras. Em 1910, um oficial belga trouxe para uma dessas feiras mundiais 900 objetos ilustrando o passado militar belga. O sucesso foi tamanho que um museu foi criado e o oficial foi alçado à condição de curador. Em 1923, após a 1a. Guerra Mundial, o museu assumiu a parte norte do Palácio do Jubileu (ao lado do Arco), onde permanece até hoje (fonte: site do Museu).
Na nossa opinião, o que mais se destaca no museu é o hangar com diversas aeronaves militares e de transporte de passageiros, antigas e modernas. Em dois pisos estão expostos balões e aeronaves como o Caravelle e o Caça F-16.
Além desse hangar, é possível conhecer equipamentos da marinha belga, blindados antigos do exército, roupas militares, insígnias, medalhas e espadas. Havia, ainda, uma interessante exposição sobre a 2ª. Guerra Mundial.
O Museu está aberto de terça-feira a domingo das 9 às 17h (último acesso às 16h) e o preço do ingresso inteiro é de 9 Euros. Na primeira quarta-feira do mês, a entrada é gratuita a partir das 13h.
4. Gare Centrale e Grand Palace
Já alimentados, pegamos um metrô até a Gare Centrale. Visitamos a famosa Grand Place, a praça central de Bruxelas, onde também é possível ver a Townville (Câmara Municipal de Bruxelas).
A cada dois anos, desde 1971, no verão, é instalado um belíssimo carpete de flores na Grand-Place. Para ver a foto do carpete, clique aqui.
O carpete tem 75 metros de comprimento por 24 metros de largura, formando uma área de 1.800 m² e composto por mais de 600 mil flores. É uma atração imperdível. Para saber quando será a próxima edição, clique aqui.
Caminhamos até a Catedral de São Michel e St. Gudula, que, por sorte, estava aberta, e depois, até o parque ao lado do Palácio Real.
5. Palácio Real
O Palácio Real abre à visitação no verão (apenas no mês de agosto), por isso, infelizmente, só tivemos oportunidade de vê-lo externamente.
A visitação é gratuita e os visitantes têm acesso a determinadas salas do palácio, tais como, a famosa Sala dos Espelhos com a obra “Heaven of Delight” de Jan Fabre, com mais de 1 milhão de besouros colados no teto!!
Após tirar algumas fotos da parte externa do palácio, pegamos o ônibus #27 até a estação Gare du Midi, onde ficava o nosso hotel.
Dia 2
No segundo dia em Bruxelas, retornamos ao distrito Europeu para visitar o Hemiciclo, que é o Plenário do Parlamento Europeu.
Em verdade, o Parlamento Europeu possui três sedes: em Bruxelas, na Bélgica; em Estrasburgo, na França e em Luxemburgo. Há sessões de debates e deliberações em Bruxelas e em Estrasburgo. Entretanto, é em Bruxelas onde estão os principais escritórios dos membros do Parlamento Europeu.
6. Hemiciclo: o Plenário do Parlamento Europeu
O Hemiciclo é o palco dos debates e das votações e abriga todos os 751 membros do Parlamento eleitos nos 28 Estados-Membros da União Europeia.
Da mesma forma que no Parlamentarium, é fornecido aos visitantes um guia eletrônico que apresenta informações sobre o Parlamento em várias línguas.
No início da visita, há uma parada para observar uma obra de arte no centro do edifício que se estende por diversos andares.
Na parte de cima do plenário, é possível ver os locais onde ficam os mais de 20 tradutores que participam dessa impressionante reunião multilíngue.
Para visitar o Hemiciclo, os visitantes individuais não precisam fazer reserva com antecedência. Entretanto, devem levar o passaporte para identificação na entrada. A entrada é gratuita e a visitação dura apenas 30 minutos.
Uma outra opção para o turista é participar das Sessões de Informação sobre a Atividade Parlamentar, disponíveis em inglês e francês. Nestas, um dos oradores fornece informações sobre o trabalho e papel do Parlamento Europeu.
Por fim, também é possível acompanhar as sessões do Parlamento que ocorrem em Bruxelas, mas isso depende da disponibilidade de lugares. Para saber mais informações, visite o site.
7. Atomium
Saindo do Hemiciclo, pegamos o metrô até a estação Heysel/Heizel (linha 1). Após uma rápida caminhada chegamos ao Atomium, uma estrutura assemelhada a uma molécula, com diversos nós representando os átomos.
O nó do topo permite ter uma visão panorâmica da cidade e nos demais nós é possível apreciar shows de luzes e efeitos luminosos.
Não é uma atração excepcional, mas a vista da cidade e os efeitos luminosos nas escadas rolantes valem a visita. Para assistir aos shows de luzes, clique aqui.
8. Mini-Europa
Ao lado do Atomium, encontra-se a Mini-Europa: uma excelente atração para crianças e adultos.
Na Mini-Europa, maquetes das principais construções dos diversos países da Europa são expostas. O Parlamento Britânico, o Aeroporto Charles de Gaule, a Acrópole Ateniense e diversos outros lugares estão representados nessa atração.
No final, há a exposição Spirit of Europa, uma área fechada com informações sobre a história da União Europeia. Você já deve ter percebido que Bruxelas respira União Europeia!
O ticket combo (Atomium + Mini-Europa) custa 29,40 euros (ref março/22).
Dia 3
No terceiro e último dia em Bruxelas, resolvemos dar uma volta pela cidade. Foi um dia de caminhada e sightseeing, sem gastar muito tempo nas atrações.
Começamos pela estação Bruxelles-Midi, onde fica o nosso hotel, até a Praça da Bolsa, depois passamos pela Grand-Place e pela praça Jardin du Mont des Arts.
Inicialmente, paramos para visitar o famoso Manneken Pis, uma estátua de bronze de um menino fazendo xixi. É o símbolo da cidade e aparece, inclusive, estampado no rótulo da cerveja belga Blanche de Bruxelles.
Falando em cervejas, uma das cervejas belgas mais apreciadas é a Blanche de Namur, uma cerveja de trigo que pode ser encontrada no Brasil, em lojas como Pão de Açúcar, Sam´s Club etc.
9. Cervejaria Cantillon
Se você é apreciador de cervejas, não pode deixar de visitar a Cervejaria Cantillon e Museu da Cerveja Gueuze, em Bruxelas. Saiba mais: Cantillon Brewery.
Há duas opções para visitá-la. A visita guiada e a visita não-guiada. A visita guiada em inglês é feita nas sextas-feiras ou no sábado às 11h15. Tem duração de 1 hora e meia com direito à degustação. O preço do ingresso é 10 Euros. Deve ser feita reserva online.
A visita não-guiada pode ser feita, sem prévia reserva, de segunda a sábado (exceto às quartas-feiras), entre 10 e 16h. A visita dura de 45 minutos a 1 hora e é oferecida a degustação de duas cervejas. O ingresso custa 7 Euros.
- Para saber mais, clique aqui.
10. Place Royale
Passamos pela Place Royale, pela Église Notre-Dame du Sablon e fomos caminhando pela Rue de la Régence.
A Place Royale foi um importante ponto da história da Bélgica. Ao lado, encontra-se o antigo Palácio de Coudenberg que foi a sede do governo durante vários séculos. O palácio foi severamente danificado num incêndio ocorrido em 1731. Atualmente é possível fazer um percurso pelas ruínas desse sítio arqueológico.
11. Église Notre-Dame du Sablon
A Église Notre-Dame du Sablon é uma igreja católica romana dedicada à Nossa Senhora do Sablon. Construída no século XV, a igreja foi patrocinada pela nobreza e por cidadãos ricos de Bruxelas. É caracterizada por seu exterior gótico e por sua rica decoração interior, que inclui duas capelas barrocas. Os seus elementos decorativos neogóticos datam do século XIX (fonte: Wikipedia).
12. Palácio de Justiça
Seguimos pela Rue de la Régence até o Palácio de Justiça. O Palais de Justice é o mais importante edifício judicial da Bélgica. Nele estão localizados vários órgãos e Tribunais, tais como, a Corte de Cassação, a Cour d’Assise (uma corte criminal), a Corte de Apelação de Bruxelas e o Tribunal de Primeira Instância de Bruxelas.
Projetado pelo arquiteto Joseph Poelaert em estilo eclético de inspiração greco-romana, o Palácio da Justiça foi construído entre 1866 e 1883. Com uma superfície de 26.006 m2, o edifício foi o maior do seu tipo construído no século XIX (fonte:Wikipedia).
13. Parque Porte de Hal
De lá, descemos pelo elevador (Ascenseur des Marolles) e pegamos a Rua Haute, uma rua com várias lojinhas, no sentido do Parque Porte de Hal (Parc de la Porte de Hal).
La Porte de Hal era um portão medieval de Bruxelas e um dos últimos resquícios das segundas muralhas da cidade. Construída em 1381, teve função de defesa até 1564. Posteriormente, serviu como celeiro, depósito de mendicância, prisão e arquivo. Desde 2008, é um museu que conta a história da cidade e também oferece exposições temporárias.
Finalmente, seguimos pela Rue d´Angleterre até a Gare du Midi.
E assim termina o nosso roteiro por Bruxelas. Hora de partir! Fomos de trem até o aeroporto para pegarmos um voo com destino a Berlim.
Resumindo…
Bruxelas, a verdadeira capital europeia, mostra a importância da integração entre os diferentes povos da Europa. Vale a pena passar, no mínimo, 3 dias na cidade para apreciar alguns dos seus encantos. Não deixe de provar as famosas cervejas e os deliciosos chocolates belgas. Recomendo visitar a cidade em agosto, quando você poderá visitar o Palácio Real e o Carpete de flores na Grand-Place.
Até a próxima viagem!