Chapada das Mesas é uma região localizada no sudoeste do estado do Maranhão, conhecida por suas formações rochosas, trilhas, mirantes, cachoeiras e piscinas naturais, perfeitas para atividades de ecoturismo. Com cenários naturais impressionantes, numa área de transição entre os biomas Cerrado, Amazônia e Caatinga, esse espetáculo natural atrai ecoturistas do Brasil e do exterior.
Em 4 ou 5 dias, você pode fazer um roteiro básico na Chapada das Mesas, o que torna o destino turístico ideal para um feriado prolongado, tal como, Carnaval ou Corpus Christi. Obviamente, se você tiver mais tempo, a Chapada das Mesas oferece diversas outras atrações naturais.
Confira, a seguir, uma sugestão de roteiro de 5 dias para a Chapada das Mesas, dia-a-dia.
Fica a dica:
- O roteiro proposto pode ser feito, em sua maior parte, por conta própria, bastando alugar um veículo na chegada ao Aeroporto de Imperatriz/MA.
- Ademais, pode ser cumprido de forma tranquila, sem correria e a maior parte das atrações não requer prévio agendamento.
- Salvo nos dias da chegada ou da partida, é possível alternar as atrações entre os dias: visitar, por exemplo, as atrações do dia 2 no dia 3 e vice-versa.
Apresentamos, também, algumas sugestões de lugares para almoçar e jantar em Carolina, que, por óbvio, podem ser alteradas à vontade.
Confira nossos artigos sobre a Chapada das Mesas
Dia 1
Chegada à Chapada das Mesas
O avião é o meio de transporte mais conveniente para chegar à Chapada das Mesas e o Aeroporto de Imperatriz a sua principal porta de entrada.
Para ir de Imperatriz à Carolina, uma das bases para explorar a Chapada, leva-se cerca de 3 horas de carro. No caminho, caso necessite almoçar ou fazer um lanche, a nossa recomendação é a lanchonete do Posto Minas Gerais, em Estreito/MA.
Como há voos de São Paulo/SP e Brasília/DF que chegam cedo a Imperatriz, é possível aproveitar uma parte do dia para visitar algumas atrações.
Visita ao Portal da Chapada
Antes da chegada à Carolina (a 20 km do centro), recomendamos visitar o Portal da Chapada.
De fácil acesso, às margens da rodovia BR-230, o Portal da Chapada oferece uma vista incrível das formações geológicas e do bioma de transição do Cerrado e Amazônia. Suas vistas panorâmicas permitem apreciar alguns dos principais acidentes geográficos da Chapada das Mesas, tais como, o Morro do Chapéu, os Pilares da Chapada, o Morro da Cangaia e as “Sete Marias”.
O nome “Portal” é uma referência à fenda localizada no topo do morro: uma abertura que se assemelha a um pórtico natural, que dá a seus visitantes acesso à toda beleza da Chapada das Mesas. É um local perfeito para tirar fotos instagramáveis, sendo que o pórtico serve como uma moldura natural para o cenário espetacular que se desenrola diante dos olhos.
A visita dura cerca de 1 hora. É possível que você chegue ao Portal da Chapada justamente no horário do pôr do sol, que é um dos momentos mais bonitos (e mais movimentados) desta paisagem.
- Para saber mais, confira o nosso post sobre o Portal da Chapada.
Portal da Chapada: as mais belas vistas da Chapada das Mesas
O Portal da Chapada das Mesas é uma atração turística situada no município de Carolina,…
Restaurante Chega+
À noite, nossa recomendação é jantar no restaurante Chega+, situado às margens do Rio Tocantins. É um dos restaurantes mais bem avaliados em Carolina, com uma variedade de petiscos e pratos de peixes e carnes.
O ponto positivo é poder apreciar um belíssimo pôr do sol. Recomenda-se chegar ao restaurante por volta das 18h, pois costuma ficar lotado.
Dia 2
Parque Nacional da Chapada das Mesas
O Parque Nacional da Chapada das Mesas é uma unidade de conservação federal, sob a administração e fiscalização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), criada em 2005 com o objetivo de preservar ecossistemas naturais e possibilitar pesquisas científicas, atividades de educação ambiental, recreação em contato com a natureza e turismo ecológico.
O parque compreende uma área de 160 mil hectares, abrangendo territórios dos municípios de Carolina, Estreito e Riachão.
Atualmente, você pode visitar no parque as Cachoeiras de São Romão e do Prata. Em breve, novos locais serão abertos à visitação, como o Mirante do Morro do Papagaio e a Cachoeira do Porão, já que o Parque Nacional está em constante desenvolvimento.
É recomendável contratar um tour organizado por uma agência local, pois é necessário um veículo 4×4 para chegar até às cachoeiras. Se estiver em um grupo, pode reservar um veículo só para vocês.
**No tour compartilhado, é cobrado o valor de R$ 200 por pessoa. O veículo para 4 pessoas costuma sair por R$ 800 (referência fevereiro/2024).*
Saímos cedo para o passeio (7h30). Trafegamos por cerca de 30km pela BR-230 no sentido Estreito/MA e depois cerca de 55km em estrada de chão até a Cachoeira de São Romão.
Algumas empresas preferem fazer primeiro a Cachoeira do Prata antes da Cachoeira de São Romão, pois é mais próxima. Cerca de 40km de estrada não pavimentada.
Porém, no nosso caso, conhecemos de manhã a Cachoeira São Romão e à tarde a Cachoeira do Prata.
Cachoeira de São Romão
Chegando à Cachoeira São Romão é necessário pagar uma taxa de R$ 40 por pessoa. Há uma estrutura com restaurante logo na entrada, com disponibilidade de internet Wi-Fi.
Em cerca de 10 minutos de trilha, descendo uma escadaria, passamos por uma pequena prainha de rio e continuamos o trajeto até próximo à Cachoeira de São Romão. Os visitantes costumam tirar fotos numa pedra próxima à Cachoeira, porém, é muito perigoso entrar na água ali. A água fica agitada e as pedras são bem escorregadias.
A Cachoeira de São Romão é impressionante. Tem 60 metros de largura e 27 metros de altura. Está localizada no Rio Farinha, um afluente do Rio Tocantins.
Logo após as fotos, retornamos à “prainha”. Neste poço, as águas são mais tranquilas e é possível se banhar e fazer outras atividades como andar de caiaque.
Deu para relaxar e aproveitar até 11:30h.
Subimos, então, até o restaurante da Cachoeira de São Romão e pudemos provar um delicioso abacaxi salgado com manjericão, cortesia dos guias.
Cachoeira do Prata
Continuamos de carro até a Cachoeira do Prata. São cerca de 20km de estrada de terra. As estradas só atendem um veículo por vez e, por isso, foi necessário aguardar todos os veículos que estavam no Prata, chegar à Cachoeira de São Romão para iniciarmos o nosso trajeto.
Na Cachoeira do Prata, também é cobrada a taxa de R$ 40 por pessoa. Aproveitamos para almoçar por lá. O prato, que custa R$ 35 por pessoa, é apenas razoável.
Depois do almoço, após um período de descanso nas redes, começamos a trilha para a Cachoeira do Prata.
O percurso é muito bonito, passando por uma ponte pênsil e por uma enorme cavidade numa pedra.
A Cachoeira do Prata é, em verdade, um conjunto de quedas que caem em uma ampla área. Em épocas de cheia, se parece uma queda única. A Cachoeira do Prata tem 21 metros de altura.
O poço, entretanto, não me pareceu tão tranquilo quanto o da Cachoeira São Romão. Há uma leve correnteza. Se você quiser encarar, recomendo ficar próximo a uma corda que cruza o rio.
Ainda que você não entre na água, vale a pena apreciar a beleza da Cachoeira do Prata. É uma paisagem encantadora.
Lanche da Marines
Saindo da Cachoeira do Prata, passamos na propriedade rural da senhora Marines. É um pequeno sítio com araras, papagaios e outros animais.
Os turistas costumam fazer uma parada ali para tomar café e comer um delicioso biscoito de queijo.
Retornamos para a pousada em torno das 17h.
Casarão Distrito 7
Para jantar em Carolina, recomendo o restaurante Casarão Distrito 7, localizado na Av. Getúlio Vargas próximo à Catedral de São Pedro de Alcântara.
O restaurante dispõe de uma variedade de pratos, incluindo, carnes, massas e peixes. Os preços dos pratos variam de R$ 37 a R$90. Porém, há pratos de peixes e frutos do mar em torno de R$ 100 para três pessoas.
Na parte externa do restaurante, os clientes podem apreciar uma bonita vista do Rio Tocantins, porém, os mosquitos incomodam um pouco.
Dia 3
Complexo Turístico de Pedra Caída
O Complexo turístico Pedra Caída fica a 37 quilômetros de Carolina, pela BR-230, no sentido Estreito/MA.
A entrada custa R$ 70 e dá direito a desfrutar das piscinas naturais e artificiais e da área do restaurante. Importante ressaltar que além da entrada, a visita às cachoeiras e às outras atrações do complexo é cobrada separadamente.
Comece o dia aproveitando as piscinas naturais e artificiais do complexo. Após um refrescante mergulho, você pode explorar as trilhas e caminhadas na natureza que o local oferece.
O local é conhecido por suas belas cachoeiras. A grande atração do complexo é a Cachoeira do Santuário, que tem esse nome porque tem uma beleza especial, escondida por gigantes paredões de rocha. Além da Cachoeira do Santuário, você pode visitar outras cachoeiras como a Caverna e o Capelão.
Crianças e idosos também podem se refrescar nas águas das cachoeiras Garrote e Porteira. O veículo do complexo deixa os passageiros bem na entrada da atração. Para os amantes de aventura, o complexo oferece uma das maiores tirolesas do Brasil, com 1.400 metros. É uma experiência emocionante que você não vai querer perder.
Depois de um dia cheio de atividades, você pode desfrutar de uma refeição no restaurante do complexo.
O Complexo da Pedra Caída funciona todos os dias, das 8h30 às 17h.
Pizzaria Tio Pepe
Uma sugestão de jantar é a Pizzaria Tio Pepe, situada na Praça José Alcides de Carvalho.
Há uma grande variedade de Pizzas com preços em torno de R$ 50.
O lugar também oferece algumas opções de massas, petiscos e sanduíches.
Quanto custa viajar para a Chapada das Mesas?
A Chapada das Mesas é um destino turístico no sudoeste do Maranhão conhecido por suas…
Dia 4
Neste dia, seguimos para Riachão, um município que fica a cerca de 100km de Carolina, um trajeto que dura cerca de 1h15 de carro. É possível, portanto, fazer um day trip a partir de Carolina para visitar as atrações de Riachão.
O Encanto Azul e o Complexo Poço Azul são as principais atrativos de Riachão e ficam a cerca de 30 km da sede do município.
Encanto Azul
Começamos o dia cedo e seguimos primeiro para o Encanto Azul.
Para chegar lá, você deve pegar a rodovia MA-334. É muito fácil. Trafegando pela BR-230, você vai passar pela área urbana de Riachão e, na saída da cidade, você vai virar à esquerda, na altura do Posto Trevão.
Então, após trafegar cerca de 15km da MA-334, você vai virar à direita em uma estrada de terra.
É uma estrada de terra batida e a pista não tem muitas ondulações. Dá para ir de carro comum, sem problemas. De lá, são mais 15-20km até o Encanto Azul, passando primeiro pelo Complexo do Poço Azul.
O Encanto Azul é um belíssimo poço de água azul cristalina rodeado por formações rochosas (cânion). É um dos lugares mais incríveis em que já mergulhei, onde também é possível tirar fotos maravilhosas.
É importante chegar cedo para aproveitar bastante. A atração costuma ficar lotada.
A entrada custa R$40 por pessoa. A partir da recepção, é necessário descer uma escadaria de madeira com cerca de 150 degraus e seguir à direita para o Encanto Azul.
Não esqueça de trazer a sua Go Pro e seus óculos de mergulho. Em alguns pontos, o Encanto Azul é fundo, podendo chegar a 7 metros de profundidade.
À esquerda, seguindo uma plataforma de madeira, encontra-se um outro poço, de águas cristalinas, mas bem mais rasinho.
É agradável, mas não tem a cor azulada.
Complexo do Poço Azul
Retornamos para o Complexo Poço Azul, que fica a apenas 6km do Encanto Azul.
O Complexo Poço Azul é uma atração turística em Riachão que conta com diversas cachoeiras, cânions, grutas e incríveis cenários naturais.
O complexo é muito organizado, com uma excelente estrutura de apoio ao turista, como vestiários, sorveterias e um delicioso restaurante por kg.
A maioria dos turistas faz apenas um day-use para conhecer o famoso Poço Azul, mas também é possível se hospedar no complexo.
Dentre as cachoeiras do complexo, destaca-se a Cachoeira de Santa Bárbara, com uma altura de 70 metros e um poço para banho. Outra atração é o Poço Azul, que é uma piscina natural de cor azulada.
Para chegar às cachoeiras e ao Poço Azul, é necessário descer uma imensa escadaria e percorrer alguns caminhos de madeira. Lembre-se que tudo o que desce, tem que subir. A subida na volta é bem puxada!
No dia em que visitamos, a água estava bem turva e as cachoeiras não estavam liberadas, pois havia chovido muito no dia anterior.
O almoço é feito no próprio complexo. O restaurante por quilo é muito bom e os preços razoáveis.
O ingresso para day-use custa R$ 80. Como as cachoeiras estavam fechadas, o valor cobrado foi de R$ 40.
Cachoeiras do Itapecuru
Se você retornar cedo a Carolina, pode fazer uma parada nas Cachoeiras do Itapecuru, conhecidas como as Cachoeiras Gêmeas. As cachoeiras encontram-se a 30km antes da chegada ao município. Próximo ao povoado de São João da Cachoeira, você vai observar placas indicando o caminho.
As Cachoeiras do Itapecuru são duas quedas d’água gêmeas criam uma paisagem deslumbrante, formando uma grande piscina natural. O ambiente é ideal para famílias e crianças e para todos aqueles que não querem caminhar muito para aproveitar as belezas naturais. Afinal, o acesso às cachoeiras é muito fácil.
As cachoeiras contam com estrutura de bar e restaurante. Recentemente, foi construído um hotel com piscina ao lado das cachoeiras.
A atração está aberta das 8h às 17h. O ingresso para day-use custa R$ 60. Estudantes pagam meia-entrada (R$ 30).
Skina Burger
A sugestão de hoje é comer um hamburguer no Skina Burguer, localizado nas proximidades da Praça José Alcides de Carvalho (a praça principal de Carolina). A lanchonete dispõe de opções de hamburgueres com preços bem em conta (de R$ 15 a 25). A batata frita estava bem crocante e custa apenas R$ 7.
Dia 5
No último dia em Carolina, nossa recomendação é acordar cedo para aproveitar melhor o dia, caso o seu voo de retorno não seja cedo.
Passeio de Barco pelo Rio Tocantins
O passeio inicia-se no “Porto” de Carolina, ao lado da estação da balsa que faz a travessia para Filadelfia/TO.
Percorre cerca de 25km no Rio Tocantins (sentido Estreito) até chegar à Pedra Encantada, uma formação rochosa de 8 metros de altura, em que muitos turistas costumam escalar e de lá pular no rio.
O passeio tem duração aproximada de 3 horas. A paisagem do Rio Tocantins é bonita, mas não diria que é imperdível, como os na Amazônia ou no Pantanal.
De vez em quando, vemos um ou outro boto nadando no Rio Tocantins, mas é raro.
É possível fazer o passeio com uma agência ou contratar diretamente um barqueiro. Contratamos o Daniel (Tel. 99. 9126-8543) que nos cobrou R$ 400 pela embarcação.
Esse passeio costuma ser feito no período da tarde, para apreciar o pôr do sol, mas ao contratar diretamente um barqueiro, você pode ter mais flexibilidade de horário.
Restaurante do Evaldo
Uma sugestão de almoço é no Restaurante do Evaldo, um restaurante por quilo, numa travessa da Rua Gomes de Souza. A comida é boa e os preços razoáveis.
Retorno a Imperatriz
É hora de retornar a Imperatriz para tomar o voo de regresso. O trajeto é de 3 horas de carro. Se você for pegar o voo no mesmo dia, não se esqueça de sair de Carolina com uma boa margem de segurança.
Lembre-se que o trecho entre Estreito e Imperatriz é bem movimentado e com muitos caminhões.
Se você estiver com veículo alugado, pode retornar diretamente o veículo na locadora que fica ao lado do Aeroporto.
O ideal, entretanto, é se hospedar em Imperatriz e pegar o voo só no outro dia, fazendo o trajeto de carro bem tranquilo.
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