Fazer um passeio de Barco Pirata é, sem dúvida, uma das experiências mais animadas em Florianópolis, no sul do Brasil.
De fato, são brincadeiras, músicas e danças durante todo o trajeto. A maior parte dos que embarcam, são turistas estrangeiros, especialmente, argentinos e uruguaios. Dá gosto de ver a animação dessa turma!
Partindo da Praia de Canasvieiras, ao norte da ilha, há várias opções de passeios com barco pirata. Num guichê localizado na praia, você adquire os ingressos e, logo, segue para o píer.
São várias as opções de percursos (roteiro full, pocket e tropical), durando 3 ou 5 horas, que podem ser feitos em diferentes tipos de embarcações típicas. Os nomes dos barcos deixam bem claro o cenário que te espera: Barba Negra III, Barba Negra IV, Capitão Gancho, Pirata do Caribe I, Pirata da Ilha, Corsário Negro, dentre outros. Os marinheiros também estão vestidos a caráter.
Trajeto Pocket do Barco Pirata
Fizemos o trajeto Pocket com o Barba Negra III. O percurso, de três horas de duração, é o seguinte:
- Partida da Praia de Canasvieiras
- Parada em Governador Celso Ramos (Praia Baía dos Golfinhos)
- Ilha de Anhatomirim
- Parada para banho da Ilha do Francês
- Retorno a Canasvieiras.
Praia Baía dos Golfinhos
Pegamos o barco às 11hs da manhã, e a primeira parada foi na Praia Baía dos Golfinhos, no município de Governador Celso Ramos/SC, para almoço.
Almoçamos no restaurante indicado pelo tour: o Porto da Pirataria. É um restaurante self-service com preço fixo (R$ 35,00), que não inclui bebidas e sobremesa. A comida é razoável (nota 3,5/5 no Tripadvisor).
Não sobrou muito tempo para aproveitar a praia, de águas tranquilas, e também não chegamos a ver golfinhos.
A Praia Baía dos Golfinhos faz parte da área de proteção ambiental de Anhatomirim e fica no continente. É uma excelente opção para quem quer passar um dia tranquilo.
Ilha de Anhatomirim
Um pouco de história
A ilha de Anhatomirim, pertencente ao município de Governador Celso Ramos/SC, foi nossa segunda parada. A ilha destaca-se pela Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, construída no século XVIII (1739-1744) para proteger a Ilha de Santa Catarina (parte insular de Floripa).
- A Ilha de Santa Catarina tinha importância estratégica como ponto de apoio às embarcações para o Rio da Prata.
A fortaleza integrava o sistema triangular de defesa, idealizado pelo Brigadeiro José da Silva Paes, o primeiro governador da Capitania de Santa Catarina. Foi ocupada pelos espanhóis no início de 1777 e só foi devolvida à Coroa Portuguesa no final do ano, com o Tratado de Santo Ildefonso.
- Os dois outros vértices do triângulo eram a Fortaleza de São José da Ponta Grossa, que fica na ponta da praia de Jurerê Internacional, e a Fortaleza de Santo Antônio de Ratones, na Ilha do Ratón Grande.
Em 1894, após a Revolução Federalista, o local foi usado como prisão e base de fuzilamentos de revoltosos contra o governo do General Floriano Peixoto.
- À propósito, o nome Florianópolis foi uma homenagem a Floriano Peixoto, o primeiro ditador de fato do Brasil. Foi uma tentativa do Governador Hercílio Luz agradar o Presidente da República à época (1894). Antes, a cidade chamava-se Desterro.
Ao longo dos anos, sofreu várias modificações e algumas construções restaram deterioradas. Em 1979, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) assinou um convênio com a Marinha e com o Iphan para assumir a guarda e tutela da fortaleza, promovendo a restauração das suas ruínas históricas. Em 1984, a fortaleza foi aberta ao público.
Taxa de Visitação
Para entrar na atração, é necessário pagar uma taxa de R$ 8,00 à UFSC. Quem não quiser pagar, pode permanecer no barco pirata.
Portada
Logo na entrada, uma enorme escadaria leva a um Portal (Portada) que dá acesso à praça central.
Casa do Comandante
À direita, encontra-se a Casa do Comandante, que foi sede da capitania de Santa Catarina e onde residiu o Brigadeiro Silva Paes.
Quartel da Tropa e Calabouço
Seguindo pela fortaleza, outras construções se destacam: o Quartel da Tropa e o Calabouço.
- O calabouço era um lugar de prisão preventiva de inimigos ou, ainda, dos próprios soldados da fortaleza. Posteriormente, foi construído um calabouço adicional, ao lado do antigo, formando com este uma espécie de átrio.
Muralhas, Canhões e Guaritas
À frente do quartel, é possível observar um imenso gramado bem cuidado que dá acesso às guaritas, às muralhas e à bateria de canhões. Tudo voltado para o oceano atlântico.
- Para saber mais sobre a história do local, leia o Artigo de Paulo Roberto Rodrigues Teixeira na Revista do Funceb.
Uma volta em torno da Ilha
Para terminar, fizemos uma volta pela Ilha, passando por uma área de mata, onde pudemos observar capivaras, de todos os tamanhos e, finalmente, retornamos ao píer.
Ilha do Francês
A última parada foi para mergulho nas proximidades da Ilha do Francês, uma pequena ilhota que fica a 1.100 metros da costa, na altura da ponta sul de Canasvieiras. A ilha é uma propriedade privada e esse nome se deve a um dos seus primeiros proprietários. Acredita-se que era um veterano de guerra de Napoleão Bonaparte, que chegou ao Brasil após a derrota na Batalha de Waterloo. Atualmente, a ilha pertence a uma família argentina.
A ilha é muito bonita e, por lá, é possível apreciar diversas espécies de peixes e, até mesmo, golfinhos.
Ocorre que o barco pirata ancorou longe da ilha e não podíamos ficar muito afastados da embarcação. A água estava um pouco turva e não dava para enxergar muita coisa debaixo d’água.
Talvez, a melhor opção para conhecer a ilha seja alugar uma lancha. Havia várias paradas nas proximidades da praia.
Informações úteis:
1. Como chegar a Canasvieiras?
Como estava no sul da ilha, pegar um Uber foi a melhor opção para chegar a Canasvieiras, ao norte de Florianópolis. O percurso do Campeche até lá é de 36 km e leva em torno de 30 a 40 minutos. Custou R$ 40.
2. Quem opera o barco pirata?
Há um conglomerado de empresas que operam os barcos em conjunto chamado “Escunas Pirata”.
3. Quanto custa o passeio de barco pirata?
O preço dos passeios é de R$ 77,00 por pessoa, sendo que crianças até 1,20 m e portadores de necessidades especiais não pagam. O preço do almoço no restaurante O porto do Pirata, na Praia Baía dos Golfinhos, é de R$ 35 por pessoa, sem as bebidas e a sobremesa. Além disso, é necessário pagar a taxa de R$ 8,00 para visitar a Ilha de Anhatomirim.
4. Onde comprar os ingressos?
É possível fazer a compra online pelo site Escunas Pirata ou no guichê na Praia de Canasvieiras.
5. Quais são os outros roteiros?
O roteiro Full, com 5 horas de duração, passa pela Baía dos Golfinhos e tem paradas em Caiera da Armação, na ilha de Anhatomirim e na Ilha do Francês.
O roteiro Tropical, com 3 horas de duração, proporciona uma vista panorâmica das praias do norte de Floripa e faz parada em frente ao Forte de São José da Ponta Grossa e para banho na Praia do Francês.
6. Quais são os horários?
Há saídas diárias desde as 9:30hs da manhã até as 16:30hs. Entretanto, no período matutino, há maior disponibilidade de horários.
Avaliação Geral
Sem dúvida, andar de barco pirata é uma das experiências mais animadas de Florianópolis. Além disso, conhecer a Ilha de Anhatomirim e a sua história foi muito interessante, especialmente, num país que dá pouco valor aos seus monumentos históricos. Achei o roteiro Pocket adequado. Talvez o full fosse cansativo.
O ponto negativo do barco pirata é o preço. Elevado demais para um passeio que não inclui almoço.