O Vale da Lua é um conjunto de formações rochosas ao longo do Ribeirão São Miguel que lembra uma “superfície lunar“. É uma das mais incríveis e mais visitadas atrações turísticas da Chapada dos Veadeiros.
As formações rochosas são observadas ao longo de 400 metros do leito do Ribeirão. Suas crateras foram esculpidas pelo rio ao longo de anos, formando essa paisagem espetacular de cor cinza no meio do cerrado.
Segundo geólogos da Universidade de Brasília (Unb), essas formações tem origem sedimentar e não vulcânica. Além disso, não aparecem exclusivamente na reserva privada chamada de “Vale da Lua”. Entretanto, esse é um dos poucos lugares abertos à visitação.
Na América do Sul, você já deve ter ouvido falar em outras atrações com o nome “Vale de la Luna”: no Deserto do Atacama (Chile) e nos arredores de La Paz (Bolívia). Todas são incríveis e merecem ser visitadas, mas cada uma das três têm características diferentes.
Trata-se de uma atração diferente das demais atrações da Chapada dos Veadeiros que, na sua maioria, são cachoeiras. Recomendo a visita! A propósito, o Vale da Lua foi locação de um episódio da série “Felizes para Sempre” da TV Globo com a atriz Paolla Oliveira (assista um trecho aqui).
Neste post, você confere as dicas para aproveitar esse local paradisíaco e os principais cuidados que deve ter ao visitá-lo.
1. Como chegar ao Vale da Lua?
O Vale da Lua é uma atração de fácil acesso e encontra-se no caminho entre Alto Paraíso de Goiás e a vila de São Jorge.
Se você estiver em Alto Paraíso de Goiás, siga pela rodovia GO-239 em direção à vila São Jorge por 30 km. Vire à esquerda e siga por mais 4 km por uma estrada de terra. Há placas indicando o caminho e o momento em que você deve sair da rodovia.
Se estiver na Vila de São Jorge, deverá seguir pela rodovia GO-239 em direção a Alto Paraíso de Goiás por 5 km. Vire à direita e siga por 4 km pela estrada de terra até o estacionamento do Vale da Lua.
2. Como é a visitação?
O preço da entrada é de R$ 20,00 por pessoa. O turista recebe uma pulseira e assina um livro de visitantes, antes de começar o passeio. Caso precise comer algo, há lanchonetes antes da entrada.
Em seguida, você pega uma trilha leve de 600 metros até chegar às formações rochosas. São 10 a 15 minutos de caminhada tranquila. Aproveite para apreciar a vegetação do cerrado e as montanhas que formam o belíssimo cenário da Chapada dos Veadeiros. Existem alguns mirantes (pedras altas) onde o visitante pode tirar fotos ou subir para ter uma visão ampla da paisagem.
A trilha é circular, de modo que você pode chegar ao Vale da Lua por um caminho e retornar por outro.
Chegando às formações rochosas pela parte mais alta, você vai notar um Cânion. O Ribeirão São Miguel passa lá por baixo. Você não deve chegar muito próximo ao Cânion. Uma queda por ali seria fatal! Existem placas e cordas alertando sobre os perigos.
Na parte mais baixa, estão as piscinas naturais. Quando visitei, havia duas abertas aos visitantes. É extremamente agradável banhar-se por lá, mas o local costuma ficar lotado. Alguns trechos são rasos e outros profundos. Procure descer à piscina por um lugar seguro e evite pular.
Na primeira piscina, fui surpreendido com a possibilidade de nadar até um pequeno poço com uma deliciosa cachoeira. Que tal aproveitar uma hidromassagem natural? Entretanto, recomendo que faça isso apenas se souber nadar bem, pois, além de ter que entrar por uma fenda, enfrentará uma corrente contrária bastante forte.
A segunda piscina é mais adequada para famílias e crianças, pois a área rasa é mais ampla.
3. Riscos
Não é necessário contratar um guia para visitar o Vale da Lua, mas o visitante deve estar atento aos riscos envolvidos, especialmente, nos dias de chuva.
Pedras Escorregadias e Cânion
Como eu falei anteriormente, as formações rochosas foram esculpidas pelo rio, o que torna algumas superfícies extremamente lisas. Se estiverem molhadas, com certeza, você vai escorregar!
Você também não deve se aproximar do Cânion, na parte alta do Vale da Lua. Existem placas e faixas indicativas, mas observei que algumas pessoas desrespeitam essa sinalização. Uma queda por ali será fatal.
Outro cuidado que se deve ter é com os vãos abertos entre as pedras, por onde você pode escorregar. Enfim, fique longe do Cânion!
Tromba d’água (ou Cabeça D’água)
Num post anterior, já explicamos o fenômeno natural da Tromba d’água” ou Cabeça d’água e como se prevenir. A Tromba d’água é um risco muito grande para quem visita o Vale da Lua ou as demais cachoeiras da Chapada dos Veadeiros, especialmente, durante a estação chuvosa. Além disso, o resgate pode ser muito difícil.
Recentemente, em 1/12/2019, um turista brasiliense desapareceu após ter sido surpreendido por uma tromba d’água no Vale da Lua. Era um domingo à tarde. Foram acionados os bombeiros de Planaltina de Goiás/GO, a 170 km do local, que só começaram os trabalhos de resgate no dia seguinte em razão do horário. Bombeiros do Distrito Federal se deslocaram para a região para auxiliar os colegas de Goiás. Mesmo com o uso de helicópteros, cães farejadores, mergulhadores e especialistas em rapel, o corpo do jovem de 31 anos só foi encontrado 22 dias depois. As fortes chuvas ocorridas na região prejudicaram os trabalhos.
4. Dicas de visitação
Para aproveitar melhor a sua visita, confira nossas dicas.
Quando ir ao Vale da Lua?
O Vale da Lua costuma ficar lotado, especialmente, nos feriados e finais de semana. Prefira ir durante a semana. De qualquer forma, a recomendação é chegar cedo.
Na estação seca, entre maio e outubro, você pode visitar o Vale da Lua de manhã cedinho ou no final da tarde. Na estação chuvosa, entre novembro e abril, o melhor visitar de manhã cedo mesmo. Ao final da tarde, chuvas são frequentes, tornando as pedras mais escorregadias e aumentando o risco de pegar uma “Tromba d’água”ou Cabeça d’água [são fenômenos naturais distintos, mas acho que não vale a pena diferenciá-los aqui].
Quanto tempo ficar no Vale da Lua?
Recomendo ficar de 2 a 3 horas por lá.
Combine sua visita ao Vale da Lua com outras atrações
Você pode combinar a sua visita ao Vale da Lua com outras atrações localizadas na Rodovia GO-239, tais como, a Fazenda São Bento e as Cachoeiras Almecegas I e II. Mas, se você quiser reduzir o seu stress a zero, faça um boia cross no Vale Dourado.
Usar calçados antiderrapantes
Como eu falei, as pedras podem ficar escorregadias. Portanto, não é recomendado usar chinelos ou sandálias. A minha recomendação é usar aquelas sapatilhas aquáticas, que permitem que você ande na terra, nas pedras ou na água, tranquilamente.
Não tem uma dessas sapatilhas aquáticas? Confira algumas sugestões, clique aqui. |
Leve Dinheiro
Não são aceitos cartões de crédito. Por isso, leve dinheiro.
Respeite as normas locais
Há uma série de vedações aos visitantes do Vale da Lua:
- É proibido fumar, em razão do risco de incêndio.
- É proibido o uso de álcool ou drogas. Evite, ainda, tomar bebidas alcóolicas antes de visitar o Vale da Lua. Os ébrios podem cair, escorregar ou se machucar mais facilmente.
- Pets não são permitidos.
- É proibido nudismo. São poucos os lugares na Chapada dos Veadeiros para os adeptos do naturismo e o Vale da Lua não é um deles, a despeito da cena de nudez da série “Felizes para Sempre”, que foi filmada por lá.
- Não são permitidos instrumentos ou aparelhos musicais.
- Não é permitido levar isopores ou bolsas térmicas.
- Não deixar lixo no local.
Além disso, para a sua segurança, você deve manter-se nas trilhas designadas e evitar aproximar-se do Cânion. Existem funcionários fiscalizando. Seja um visitante consciente!
Resumindo
O Vale da Lua é um sítio geológico bem preservado, sem pichações ou depredações. É uma atração turística incrível e muito procurada na Chapada dos Veadeiros. Tem um bom custo-benefício para os visitantes: o ingresso custa apenas R$ 20,00. Entretanto, o local oferece sérios riscos. Por isso, é importante respeitar as normas e as orientações dos funcionários.
Senti que faltam placas explicativas sobre a formação geológica do Vale da Lua. A sua existência agregaria a essa visita de entretenimento, um componente cultural.
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