Chichén Itzá é um sítio arqueológico, localizado no estado de Yucatán, no México, que funcionou como centro político e econômico da civilização maia. Seu nome significa “à beira do poço dos Itzáes”. Afinal, estamos em um uma região árida onde a existência das águas dos cenotes é fundamental para subsistência do lugar.
O sítio foi reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, em 1988 mas, tornou-se mundialmente famoso ao ser eleito como uma das 7 maravilhas do mundo moderno, ao lado de:
- Cristo Redentor – Brasil;
- Machu Picchu – Peru;
- Coliseu – Itália;
- Ruínas de Petra – Jordânia;
- Taj Mahal – Índia e
- Grande Muralha da China – China.
Para quem não sabe, em 2001, a New Open World Foundation criou uma lista com mais de 100 candidatos a “7 maravilhas do mundo moderno”. Em 2005, essa lista foi avaliada por especialistas e definiram-se 21 candidatos que foram submetidos a votação pública. Em 7 de julho de 2007, o mundo conheceu os vencedores. Vale resssaltar que os países onde ficam as maravilhas investiram muito em publicidade. No México, até as latinhas de Coca-cola vinham com os dizeres “Vota por Chichén Itzá”.
Como chegar em Chichén Itzá
A maneira mais fácil de chegar ao sítio arqueológico é através de excursões que partem tanto de Cancún (200 km), da Riviera Maya (150 a 180 km) ou de Mérida (115 km). Alías, Merida é uma das 10 cidades mais bonitas do México para você visitar! O problema, ou não, é que essas excursões geralmente incluem outras paradas como visita ao Cenote Ik Kil (3km de Chichén Itzá), a Valladolid (cidade medieval encantadora) e a restaurantes turísticos não muito interessantes.
Nós pegamos uma excursão pela empresa Mayan Heritage baseada em Mérida. O passeio para Chichén Itzá custou à época 525 pesos mexicanos, com almoço incluso. Gostei muito da agência de viagem e, especialmente do guia, que era muito simpático e divertido.
O almoço ocorreu no restaurante Chilam Balam, tipo buffet, com mesas coletivas. A comida é razoável, nada espetacular. E as bebidas, pagas à parte, não eram baratas. O restaurante tem uma apresentação musical, meio artificial e feita para turistas. Os bailarinos ficavam à porta de saída do restaurante pedindo “propina” (gorjeta), o que é muito desagradável.
Para que você tenha ideia dos valores das excursões, encontramos preços variando de R$ 195 (a partir de Cancún) a R$ 376 (a partir de Mérida). É importante que você consulte a reputação da agência e o que está incluído no pacote. Como existe muita oferta desse tour, você pode contratá-lo quando chegar ao seu destino.
Para quem deseja visitar o sítio arqueológico de maneira independente, existem empresas de ônibus saindo de Cancún, Playa del Carmen, Tulum e Mérida que deixam o turista na entrada da atração. Apesar da liberdade, pode perder-se muito tempo no trajeto. Faça sua pesquisa no site da empresa ADO.
Também é possível alugar um carro. As estradas são boas e há estacionamento pago no local.
Horário de funcionamento
O sítio arqueológico está aberto de segunda a domingo das 8h às 17h. Algumas atrações como a praça das mil colunas e o observatório fecham às 16h. Fique atento pois o último acesso ao sítio é às 16h.
O ingresso ao sítio custo 533 MXN, ou seja, R$ 140 no câmbio atual. Pessoas maiores de 60 anos, aposentados, estudantes e deficientes físicos não pagam. Moradores do México também tem entrada gratuita aos domingos.
Um pouco de história
Chichén Itzá foi uma grande cidade pré-colombiana construída pela civilização maia durante o período clássico (entre os anos 600 e 900 d.c.). Vários fatores contribuíram para que fosse o principal polo urbano dessa cultura: era o centro da rota do comércio da região do Golfo e possuía uma forte tradição militar que estabeleceu uma eficiente rede de tributação. Esses fatores associados à instabilidade sócio-política foram responsáveis pela ascensão de Chichén Itzá.
No entanto, por volta do ano do ano 1000, a cidade foi invadida pelos tultecas levando-a ao seu quase completo declínio, o que acredita-se que tenha ocorrido por volta do ano 1200. Apesar de toda a destruição, foi nessa época que foi erguido o famoso Templo de Kukulcán.
A visita ao centro arqueológico
Chichén Itzá é um dos centros arqueológicos mais visitados do México, recebendo em média, 2,5 milhões de turistas por ano. São aproximadamente 10 km2 de muita história que podem ser divididos em:
- Chichén Antigo: que fica ao sul da praça central e possui 6 ruinas maias, entre elas: casa da escrita sombria, casa vermelha, igreja, casa das monjas e observatório.
- Chichén Itzá: que fica ao norte da praça central, com aproximadamente 20 ruinas maias.
Geralmente, os tours ficam no sítio arqueológico por 2 horas, sendo uma hora guiada e a outra hora para que você explore todas as ruínas. Logo na entrada, você vai se deparar com a ruina mais impressionante: a Pirâmide de Kukulcán ou El Castillo, mas existe muita coisa interessante para você visitar. Veja abaixo.
1. Pirâmide de Kukulcan “El Castillo”
Essa incrível construção, belamente restaurada, possui 30 metros de altura, sendo 26m de plataformas e 4m do templo que fica no seu topo. Curiosamente, cada lado da pirâmide tem uma escadaria de 91 degraus e, para entrar no templo, mais um degrau. Somando-se esses números, chega-se a 365 que é o número de dias do calendário maia.
Especialistas descobriram uma terceira estrutura piramidal dentro do tempo de Kukulkán (2016). Segundo os engenheiros e antropólogos mexicanos responsáveis pela descoberta, a estrutura foi construída como uma “boneca russa” (em que bonecas menores ficam escondidas dentro das maiores). As descobertas indicam que a majestosa construção maia foi erguida em pelo menos três etapas, ou seja, três pirâmides, uma dentro da outra, até se chegar à que se conhece como El Castillo (fonte: Revista Veja).
Se você não se incomodar com multidões (são milhares de turistas por dia), programe-se para visitar o El Castilho durante os Equinócios de Outono (22 de setembro) ou de Primavera (20 de março), para ver a atração mais incrível desse sítio (falo mais sobre ela abaixo). Nos dias imediatamente anteriores e posteriores ao equinócio, também é possível apreciar essa atração à qual me refiro.
Equinócio é um fenômeno que ocorre quando os raios solares incidem diretamente sobre a Linha do Equador, fazendo com que os dois hemisférios do planeta recebam a mesma quantidade de luz e de escuridão. No total, são dois por ano, sendo eles o Equinócio de Primavera e o Equinócio de Outono (fonte: site UFMG)
Durante esse período, no por do sol (em torno das 16h), a sombra da pirâmide projetada na escadaria central forma o corpo de uma serpente, símbolo do deus Kukulcán (serpente emplumada). O movimento de luz e sombra faz parecer que uma cobra de 36m está rastejando escada abaixo até se encontrar com uma enorme cabeça de cobra no pé da escada. Deve ser incrível!
Caso queira ter um gostinho desse espetáculo, assista ao vídeo aqui!
2. Casa das Sacerdotisas
Localizada na parte antiga, um pouco mais distante das outras atrações e, por isso, mais vazia, possui uma fachada ricamente decorada, o que pode render belíssimas fotos. A construção parece possuir vários quartos, por isso, acredita-se que o local fosse um claustro para formação de sacerdotisas.
3. Observatório “El Caracol”
O Observatório Astronômico é outra ruína belíssima, com 23m de altura. Trata-se de uma das poucas construções circulares realizada pelos maias. Na verdade, são 3 construções sobrepostas: a base e o segundo andar quadrados e, por cima, a escadaria em espiral e a estrutura cilíndrica que possui aberturas que se acredita serem as janelas por onde os Maias observariam os astros. Incrível como parece um observatório contemporâneo!
4. Campo do Jogo de Bola
O jogo de bola era muito comum na cultura maia e os campos podem ser encontrados em diversas ruinas pelo pais, porém, em Chichén Itzá, ele é enorme (166m de comprimento x 68m de largura), muito bem conservado e com uma excelente acústica. Trata-se de um campo aberto e com duas muralhas o delimitando lateralmente.
Acredita-se que o jogo fosse mais um ritual que um esporte em si. A ideia seria a recriação do combate entre a noite e o dia. Não sabemos muito bem como esse jogo funcionava, mas parece que consistia em passar uma bola de borracha por anéis presos nessas muralhas. Muitas vezes os perdedores eram oferecidos em sacrifico aos Deuses, nos cenotes sagrados.
5. Tzompantli: plataforma dos crânios
Tzompantli é uma estrutura com inúmeros crânios esculpidos. Além dos crânios podem ser encontrados guerreiros com flechas, animais comendo corações e cenas de sacrifício humano.
6. O Templo do Jaguar
Esse templo recebeu esse nome por causa das inúmeras onças localizada na sua frente. Mas, o que chama a atenção, são as 2 serpentes gigantescas que formavam as colunas do hall de entrada.
7. O Templo dos Guerreiros
Essas ruínas são incríveis. O templo tem 12m de altura, 40m de largura e é cercado por 200 colunas quadradas com guerreiros toltecas esculpidos. O local era utilizado para celebrações religiosas e oferendas. Lá encontra-se uma estátua de Chac Mool, que é uma figura humana reclinada, com a cabeça virada para um dos lados e uma bandeja na barriga. Ao contrário do que muitos pensam, esse não é o nome de nenhum guerreiro ou governante. Na verdade, não se sabe seu nome antigo e nem seu significado. Esse nome foi dado por um historiador.
8. Praça das 1000 Colunas
A praça das 1000 colunas é um espaço quadrangular formado por 1000 colunas com serpentes entalhadas. Acredita-se que fossem salas de reunião, religiosa ou militar, pela presença das máscaras e guerreiros nos pilares.
9. Cenote Sagrado em Chichén Itzá
Um lago profundo em meio a uma vegetação era o local onde os sacrifícios eram realizados.
Existem diversas outras ruinas como o mercado, a igreja e a plataforma de vênus. Cada uma com a sua função e a sua beleza especial. Não deixe de gastar um tempo visitando todas!
Dicas de Visitação
- Se estiver viajando sem excursão, tente chegar cedo ou após o almoço. A grande maioria das excursões chegam por volta das 10h-11h e o local pode ficar bem lotado.
- Leve protetor solar, óculos, boné e água. Por ser um local descampado, o sol pode ser inclemente.
- Existem vários vendedores de souvenirs nos arredores e os preços costumam ser bem atrativos.
Cenote Ik kil
Além do sítio arqueológico, uma atração que costuma fazer parte das excursões para Chichén Itzá é o Cenote Ik kil, situado no município de Tinúm, na província de Yucatán. A entrada custa em torno de 6 USD. É um local agradável para se banhar, mas estava cheio de turistas quando o visitamos.
Algumas pessoas do nosso passeio, após a visita ao Cenote, tomaram um ônibus para Cancún ou para Tulum. Se isso for do seu interesse, entre em contato com a agência de viagens.
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