O Dólar subiu – 6 dicas para você não desistir da sua viagem ao exterior

E o Dólar subiu! Desde meados de março/2018, a moeda americana segue uma impressionante tendência de alta em relação ao real. Se em 25/1/2018, o dólar comercial estava cotado a R$ 3,14, em 7/6/2018, a cotação do alcançou o impressionante valor de R$ 3,93 e voltou a atingir esse valor em 5/7/2018 [Vide gráfico abaixo – fonte: Uol Economia]. Essa diferença representa um aumento de 25% em menos de 6 meses.

Ontem, a cotação fechou em R$ 3,73 [8/6/2018], um pouco mais baixa, mas ainda elevada para os padrões que estávamos acostumados.

Essa alta se deve a razões internas e externas (leia aqui). O aumento de juros dos títulos do tesouro americano e a valorização das commodities no mercado internacional são exemplos de fatores externos apontados pelos economistas. Por outro lado, a incerteza no cenário eleitoral brasileiro e a queda da taxa de juros no Brasil são fatores internos que impulsionam a desvalorização do real. Tal como ocorreu em outros anos eleitorais (2002 e 2014), a instabilidade no câmbio tende a perdurar durante todo o ano de 2018, até que os novos governantes “acalmem” o mercado.

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Para quem viaja ao exterior, o dólar alto encarece a viagem, uma vez que praticamente todos os custos estão atrelados à moeda estrangeira (passagens aéreas, hotéis, passeios, serviços em geral, etc.).

Nesse contexto, fica a pergunta: será que ainda posso manter os meus planos de viajar ao exterior ou devo trocar por um destino no Brasil?

Neste post, vou dar algumas dicas para você ainda manter seus planos de viajar para o exterior e minimizar os efeitos do câmbio.

1. Comprar moeda estrangeira aos poucos aproveitando as quedas na cotação

A moeda estrangeira, bem como os ativos em geral, não sobem de forma contínua. Ela sobe em ondas com “picos” e “vales”. Dessa forma, você pode aproveitar esses vales para adquirir a moeda estrangeira.

Faça compras aos poucos e ao longo do tempo sempre procurando aproveitar esses “vales”. Dessa forma, na média, você vai adquirir a moeda por um preço médio, não muito alto, nem muito baixo.

2. Aplicar dinheiro num fundo cambial

Para se proteger da variação cambial, uma alternativa à compra direta de moeda estrangeira é aplicar seus recursos de viagem em um fundo cambial, lastreado em Euro ou em Dólar.

Da mesma forma que no item anterior, aplique aos poucos e aproveite os “vales” da moeda estrangeira que serve de lastro para seu fundo de investimentos.

3. Efetuar o pagamento antecipado em moeda nacional

Em alguns sites, é possível reservar passagens, hotéis e passeios e fazer o pagamento antecipado em reais. Por exemplo, o Hoteis.com e o Decolar.com.

Essa prática é duplamente vantajosa. Em primeiro lugar, quando se faz o pagamento antecipado, obtém-se, via de regra, preços mais baixo. Em segundo lugar, ao fazer o pagamento antecipado em reais, você não estará sujeito à variação cambial e ao IOF de 6,38%.

  • Fique atento: alguns sites com sede no exterior podem apresentar o texto em português, os preços em reais, mas fazer a cobrança em moeda estrangeira.

4. Optar por destinos mais baratos

Numa época de dólar alto, você não precisa desistir da sua viagem ao exterior. Basta optar por destinos mais em conta.

Há destinos interessantes que não são tão caros. Por exemplo: Portugal, na Europa; Peru e Bolívia, na América do Sul; Egito, na África; Tailândia e Indonésia, na Ásia.

5. Fazer as contas antes de sair às compras no exterior

Com o dólar alto, fazer compras no exterior nem sempre é tão vantajoso assim.

Se considerar a cotação efetiva a ser paga, eventual imposto local pago por fora (como, por exemplo, nos Estados Unidos ou Canadá) e ainda o IOF de 6,38%, o preço pode simplesmente não valer a pena. Isso tudo sem falar em eventual Imposto de Importação a ser pago na Alfândega Brasileira.

  • Fica a dica: faça as contas e consulte os preços dos sites no Brasil.

6. Utilizar o cartão de débito internacional

Eu vejo algumas vantagens em se utilizar o cartão de débito internacional (tais como, o Visa Electron ou o Mastercard) no exterior.

A primeira é não ficar com “sobras” em moeda estrangeira. Com o cartão de débito, você paga aquilo que consome.

A segunda é saber exatamente quanto você gastou, pois é o valor que sai da sua conta (acrescente o IOF de 6,38%). É diferente, nesse aspecto, do cartão de crédito, em que você só vai saber quando gastou lá na fatura e, mesmo assim, está sujeito a ajuste cambial no mês seguinte.

Em terceiro lugar, você sabe quanto é a cotação efetiva da moeda local que pode não ser o dólar. Basta acessar o seu aplicativo do Banco pelo celular e fazer as contas.

Em quarto lugar, é muito mais fácil controlar os seus gastos, especialmente, se você tiver um saldo na conta corrente dedicado especificamente para a viagem.

Isso sem falar em não precisar se dirigir até uma casa de câmbio e pagar a corretagem para trocar a moeda.

Resumindo…

Com essas providências, não estou falando que a sua viagem ao exterior custará tanto quanto num cenário de dólar baixo, não é isso! O que eu quero dizer é que você terá mais previsibilidade em quanto vai gastar, protegendo-se contra a variação cambial futura.