Ao pesquisar passagens aéreas, cada vez mais nos deparamos com preços absurdamente caros, muito acima do que estávamos acostumados a pagar.
Em 2018, quando pesquisei uma passagem entre Guarulhos (GRU) e Brasília (BSB), encontrei o seguinte preço pela Latam Airlines:
Ou seja, um voo de 1h20 min de duração custando mais de R$ 1.600 reais!!!
Obviamente, não comprei a passagem. Era páscoa e eu estaria voltando de uma viagem internacional na Páscoa. Precisava encontrar uma passagem para Brasília na segunda-feira de manhã.
Outro exemplo, no dia 29/3/2018, também pela Latam, entre Brasília (BSB) e Foz do Iguaçu (IGU) por R$ 1.615,00.
Isso tem sido frequente nos voos domésticos desde 2016. Os voos domésticos acabam saindo mais caros que voos internacionais.
Isso não quer dizer que houve um aumento médio significativo nos preços das passagens, mas sim que, em algumas datas, os preços ultrapassam muito o montante razoável. A propósito, segundo a ANAC, a tarifa média real no 1° semestre de 2017 caiu 2,6% em relação ao 1° semestre de 2016 (fonte Aeroflap).
Ocorre que, em função da crise econômica, as companhias aéreas acabaram cortando muitos voos ou até mesmo rotas e, assim, reduzindo a oferta de assentos.
E, o turista, diante dessas passagens absurdamente caras, o que deve fazer?
Neste post, apresento-lhes algumas soluções. Confira!
1. Pesquisar em outras companhias aéreas
Um levantamento realizado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA, relativo a o ano de 2016, demonstrou que, para uma mesma rota doméstica, a diferença entre as tarifas pode chegar a R$ 2.000.
Nas rotas em que há pelo menos três companhias aéreas, é possível economizar, em média, R$ 231, apenas comparando as tarifas com as concorrentes. Em percentual, esta diferença chega a 379%, considerando as tarifa mais cara e a mais barata (fonte: Folha de São Paulo).
Afirmo isso apenas para ilustrar que é importante pesquisar, ou seja, que é importante comparar preços entre as companhias aéreas.
E onde você deve pesquisar? Nos metabuscadores.
Metabuscadores são sítios eletrônicos que fazem busca de passagens (e também hotéis) em diversas companhias aéreas, agências de viagem e, até mesmo, em outros metabuscadores.
- Os metabuscadores mais conhecidos são: Decolar, Kayak, Skyscanner, Expedia, Submarino Viagens, Viajanet e Orbitz, Cheapoair, Cheaptickets (em inglês).
Em nossa opinião, o metabuscador com mais recursos e funcionalidades é o Matrix, da Ita Software.
2. Comprar passagens aéreas com milhas
Nem sempre os preços das passagens estão “alinhados” com os pontos ou milhas exigidos pelos programas de fidelidade. Melhor dizendo, é comum encontrar passagens caras se pagas com dinheiro, mas que se emitidas pelos programas de fidelidade exigem apenas poucos pontos/milhas.
E você pode se aproveitar disso, num cenário de passagens caras.
Em razão disso, eu sempre recomendo que você tenha uma certa “poupança” em milhas/pontos de vários programas de fidelidade para utilizá-los nessas horas.
E se eu não tiver pontos/milhas? O que eu faço?
Minha dica é procure algum amigo que tenha milhas/pontos e peça para ele emitir para você. Outra dica é comprar os pontos para completar o seu saldo, ou ainda, transferir pontos do cartão de crédito ou de outros programas que permitem tal transferência.
Se isso não der certo, sugiro utilizar um site como o MaxMilhas, que permite a emissão de passagens com milhas, pagando em dinheiro.
3. Procure aeroportos alternativos
Grandes cidades, não só no Brasil, como no exterior, costumam ser servidas por mais de um aeroporto. É o caso, por exemplo, de São Paulo, Rio de Janeiro, Londres, Paris, Berlim, Milão, Nova Iorque, Washington DC, dentre outras.
- Você sabia que 6 aeroportos atendem a cidade de Londres, na Inglaterra? Heathrow (LHR), London City (LCY), Luton (LTN), Gatwick (LGW), Stansted (STN) e Southend (SEN).
Ao pesquisar os preços de passagens aéreas partindo ou chegando a alguma destas cidades, você deve considerar a possibilidade de utilizar um aeroporto alternativo e obter preços até 50% mais baixos.
Você não precisa fazer uma pesquisa para cada aeroporto. Pode simplesmente utilizar um código IATA genérico que se refere a todos os aeroportos que servem aquela cidade.
- Por exemplo: o código SAO se refere aos aeroportos de Guarulhos (GRU), Congonhas (CGH) e Viracopos – Campinas (VCP).
4. Flexibilidade nas datas e horários
Os preços das passagens aéreas variam conforme vários fatores, dentre os quais, as datas e os horários de embarque.
Se você tiver flexibilidade para viajar num dia antes ou num dia depois, ou, ainda, num horário mais cedo ou mais tarde, aproveite essa flexibilidade e faça boas economias.
No nosso exemplo acima, quem viajasse entre GRU e BSB no dia 2/4/2018 (segunda-feira) deverá pagar, no mínimo, R$ 1.674,43. Mas, se você optasse por viajar no dia seguinte, dia 3/4/2018 (terça-feira), pagaria R$ 118,43.
5. Comprar passagens para horário mais tarde e antecipar
Algumas companhias aéreas domésticas permitem que você antecipe o seu voo para o mesmo dia, se houver vaga.
A Latam permite que você antecipe seu voo no mesmo dia. A Gol permite que você antecipe seu voo em até 6 horas. Há algumas regras para antecipação que podem variar conforme cada companhia aérea. A Azul, inclusive, cobra dos passageiros por essa antecipação.
Ocorre que às vezes os voos mais tarde podem ser mais baratos que os voos mais cedo.
E uma tática para enfrentar as passagens caras é justamente comprar um ticket de um voo mais tarde e antecipá-lo no dia.
Entretanto, essa abordagem é arriscada. Pode ser que você não encontre vaga no dia.
6. Aguardar um momento oportuno para comprar
Como as passagens aéreas estão desregulamentadas (diferentemente do transporte rodoviário), elas podem variar com o tempo (entre a compra da passagem e a data do embarque). E como variam! Observe o gráfico abaixo:
Se nada disso der certo, e se você puder, adie a viagem para aquela localidade. Procure um outro destino!
Se você aceitar essas tarifas absurdas, as companhias aéreas terão pouco incentivo para baixar os preços.
E como eu resolvi o meu problema?
Aguardei uma semana e comprei uma passagem entre Guarulhos e Brasília pela GOL por R$ 140,00, bem mais em conta que R$ 1,6 mil.
Tem alguma outra dica? Deixe aqui nos Comentários…
Excelente as dicas, algumas já as coloco em prática. Porém outras vou adotar desde já. Muito obrigado!
Oi Wilson, que bom que gostou! Caso tenha alguma outra dica que não falamos no post, compartilhe conosco!