Em fevereiro, viajei de Brasília para Lisboa na classe executiva da TAP Air Portugal e compartilho com vocês como foi a minha experiência de voar no A330 neo.
Sobre a TAP
A TAP (Transportes Aéreos Portugueses) surgiu em 1945 e, desde então, vem conectando Portugal à Europa, Oriente Médio, Américas e África. São mais de 80 destinos operados, transportando 17 milhões de passageiros em um único ano. É a companhia aérea europeia com maior número de voos para o Brasil, levando passageiros para as principais capitais do pais: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Natal, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Possui mais de 100 aeronaves em atividade, sendo que, em 2015, assinou contrato com a Airbus para ser a primeira companhia a viajar com os novos Airbus A330neo.
- Os A330neo é uma aeronave widebody destinada a substituir os antigos A330. As diversas melhorias incluídas pela Airbus (tais como, winglets, motores e maior envergadura) geraram uma economia de combustível da ordem de 14% tornando o A330neo a aeronave de médio alcance mais eficiente do mundo (fonte: wikipedia).
Voo TP 058
- Trecho Brasília (BSB) – Lisboa (LIS)
- Partida: 18:10hs (horário da partida)
- Chegada: 6:15hs (horário do destino)
- Duração: 8h30 min
Check-in
Fiz o check-in online pelo site da TAP e foi bastante tranquilo. O site é intuitivo e solicita o preenchimento dos dados de identificação como em todas as outras companhias aéreas.
Nesse dia, aeroporto de Brasília estava vazio. Não havia quase fila em nenhum balcão de check-in.
No aeroporto, os balcões da TAP estavam divididos em 4 filas:
- uma para prioridades por lei;
- outra para clientes viajando em classe executiva;
- a terceira pra quem já havia feito o check-in online e iria apenas despachar a bagagem;
- e uma quarta para quem ainda precisava fazer check-in.
O procedimento foi rápido e me entregaram um voucher para entrar na sala Vip Club, que fica no andar inferior das salas de embarque internacionais.
Sala Aeroportos Vip Club
A sala utilizada é a única disponível na área internacional do aeroporto de Brasília: Aeroportos Vip Club. É uma sala pequena, porém estava bem vazia; os sofás e mesas eram divididos pelas 10 a 15 pessoas que por lá estavam. O voo para Lisboa era o único voo internacional que estava previsto para aquele fim de tarde.
A variedade de itens disponíveis na sala era pouca, e qualidade também deixava a desejar.
Para beber, havia refrigerante, água, cerveja e um tipo de suco, além de 1 vinho tinto e outro branco. Havia alguns tipos de salgados, queijos e 2 sabores de bolos doces. Nada que me fizesse pagar por essa sala VIP caso não me tivesse sido oferecida de graça.
O embarque
O embarque atrasou 1 hora, pois a aeronave chegou atrasada em Brasília. Após o pouso, entretanto, o embarque foi rápido, seguindo esta ordem: prioridades por lei, classe executiva, passageiros sem mala de bordo, filas A e B.
A aeronave
A aeronave A330neo tinha a configuração 1-2-1, na sua classe executiva, sendo algumas poltronas voltadas para o corredor, outras para a janela.
O avião era novo, possuía tomada, saída USB, fone com cancelamento de ruído e um “guarda trecos” com portinha, onde era possível deixar o celular com segurança.
Logo após o embarque são entregues os amenity kits. Nele você encontra os itens padrão como meia, tapa olho, caneta, escova de dentes, pente, uma loção hidratante, um protetor labial e um sachê perfumado. A bolsinha tem um desenho que remete aos pontos turísticos de Portugal.
As poltronas eram flat-bed, porém, para mim, o conforto terminava ali!
Estava num dos assentos laterais da aeronave voltados para a janela e me senti num sarcófago. Conforme a poltrona vai deitando, as pernas vão entrando em um “tubo” extremamente apertado, que não lhe permite nem que você coloque uma perna sobre a outra, muito menos virar de lado para dormir.
- É importante observar que tanto a distância entre as cadeiras (pitch), quanto a largura dos assentos, diminuiu significativamente do A330-200 para o A330neo. A distância passou de 44″ (111,76 cm) para 42″ (106,68 cm). A largura, de 27.5″ (69,85 cm) para 20.5″ (52,07 cm). Para saber mais, clique aqui.
Os braços também ficam presos: de um lado, a fuselagem do avião, e do outro, uma estrutura. Ou seja, os braços também ficam apertados.
Não consegui dormir! Estava me dando claustrofobia.
Felizmente, o avião estava vazio e consegui mudar para a poltrona da frente, voltada para o corredor. Embora a situação das pernas fosse a mesma, os braços tinham maior espaço pois, podiam “avançar” no corredor.
Entretenimento a bordo
O sistema de entretenimento dispunha de várias opções de séries e filmes, incluindo alguns filmes recentes, como por exemplo, o Coringa.
A vantagem de ser uma empresa aérea portuguesa é que havia uma enorme gama de filmes com legendas em português.
Além disso, havia Wifi a bordo com a possibilidade de envio gratuito de mensagens. No voo de ida, eu dormi e acabei não usando. No de volta, quando tentei conectar, o sistema estava indisponível. Por isso, não sei como funciona e, se realmente funciona.
Serviço de Bordo
Li no site da empresa que o serviço de bordo foi reformulado com a intenção de levar os sabores de Portugal para o mundo, mas, infelizmente, a comida me decepcionou.
Antes da partida, é servido o drink de boas-vindas: água ou champagne.
Após umas 2 horas de voo, recebemos a refeição principal: de entrada foi oferecido salmão cru (não sei dizer se estava bom, pois não como nada cru), uma sopa de abóbora rala com pedaços de gengibre, que eram grandes e, portanto, desagradáveis na boca.
O prato que escolhi foi camarão, porém achei sem tempero e o purê que o acompanhava estava bem ruim.
A sobremesa foi uma decepção: um bolo péssimo que não consegui comer.
Não provei o café da manhã (pequeno-almoço).
- Importante ressaltar que a comida do trecho de volta foi bem melhor que a do trecho de ida. O bacalhau estava saboroso e a refeição fria, servida antes do pouso, composta carnes frias, salada de cogumelos, pastel de nata e frutas, bem gostosa.
Pouso
Pousamos com pouco atraso no aeroporto de Lisboa. Como não paramos em uma ponte de embarque, foi disponibilizado um ônibus exclusivo para os passageiros de Classe Executiva.
Avaliação Geral
Infelizmente, não gostei muito da classe executiva da TAP! Achei as poltronas desconfortáveis, embora reclinem 180 graus. A comida no trecho de ida (Brasília – Lisboa) também não me agradou. O ponto positivo foi o sistema de entretenimento que apresenta uma variedade de filmes e programas com legendas em português.
A tripulação, por sua vez, foi apenas profissional, sem demonstrar aquele cuidado que encontramos em outras companhias aéreas.
Será que fiquei mal acostumada com a executiva da Qatar? Leia aqui como foi nossa experiência naquela foi eleita a melhor Business Class de 2019 pela Skytrax.
Créditos da foto de capa: Flickr.com (@erussel1984) [CC BY 2.0]