A Serra do Umbuzeiro é um morro de 563 metros, localizado no município de Paulo Afonso, no estado da Bahia. Com belíssimas formações geológicas e uma vista de 360° da região, é uma atração que não pode faltar no seu roteiro pelo sertão baiano. Se você gosta de ecoturismo, você tem ainda mais motivos para visitá-la.
A seguir, confira como foi a nossa experiência e as dicas essenciais para conhecer a Serra do Umbuzeiro. Ah, prepare-se para tirar muitas fotos!
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Como chegar à Serra do Umbuzeiro?
A Serra do Umbuzeiro fica localizada no povoado Riacho, às margens da BR-110, distante 20 km do centro de Paulo Afonso.
Assim que você chegar ao povoado, entre na rua da igreja e siga até o final do asfalto.
- Na estrada de terra, mantenha-se à direita e na bifurcação pegue à sua direita.
- Ao avistar a placa da Fazendo Recando da Serra, vire à esquerda e depois à direita.
- Na Fazenda Serra do Umbuzeiro, continue na estrada que fará uma curva à esquerda.
- Você passará por debaixo de uma linha de transmissão de energia. Logo depois, encontrará um lugar para estacionamento e o início da trilha.
São cerca de 2 km de terra batida desde a saída da BR-110. A estrada está bem conservada e com poucos buracos. Confira o mapa detalhado do trajeto aqui.
Algumas excursões fazem a pé o trajeto até o início da trilha, mas não recomendo. É melhor guardar as energias para a subida do morro.
Para chegar em Paulo Afonso/BA, recomendamos desembarcar no Aeroporto de Aracaju, em Sergipe, e alugar um carro. Paulo Afonso encontra-se a 280 km da capital sergipana e o acesso é fácil por meio das rodovias BR-235 e BR-110. As estradas estão em boas condições. O trajeto de carro leva cerca de 4 horas.
A Trilha da Serra do Umbuzeiro
A trilha tem uma dificuldade moderada. Não possui subidas muito íngremes, porém, alguns trechos possuem muitas pedras soltas que podem deixar sua pisada instável e levar a queda. Noutros trechos, são necessárias pequenas escaladas. Peça ajuda ao seu guia para colocar seu pé nas entradas da rocha e facilitar a sua descida/subida.
É recomendável contratar um guia local para subir a trilha, pois esta, apesar de sinalizada, contém bifurcações que podem gerar confusão em quem visita a serra pela primeira vez.
A caminhada até o topo leva cerca de 40 minutos. No início da trilha, a mata é um pouco mais fechada mas com muitas pedras soltas. Bastante cuidado! A primeira parada é em um miradouro de onde é possível avistar todo o povoado Riacho e a BR-110.
A partir daí, o trajeto já é mais plano (nem tanto) e a vegetação mais rasteira, com muito xique-xique e outras plantas típicas do clima semiárido brasileiro. Aproveite o trajeto para se divertir dando nome às formações rochosas.
Diferente do que ocorre no Parque Vila Velha, onde as formações rochosas já foram “batizadas”, aqui você pode deixar sua imaginação correr solta; eu encontrei um sapo, um cachorro e um camelo! Nos conte o que você encontrou!
Na verdade, existe uma formação já “batizada”, que é conhecida de todos: a Cadeira do Rei. No passado, muitos turistas sentavam nesse trono natural para tirar fotos, porém, a depredação de vândalos acabou estragando o braço do trono e tirando um pouco do seu charme.
Depois de mais uns 5 minutos de caminhada, você vai realizar um trajeto circular. Alguns guias preferem “escalar” a toca da onça, porém o nosso preferiu descer por ela. Achei uma boa escolha.
Fizemos um pequeno trecho de subida bastante íngreme, porém sem muito obstáculos. As rochas eram duras, porem, as maiores, um pouco escorregadias. Use as mãos para ajudá-lo a subir.
Você passará pelo Cruzeiro. A primeira cruz, de madeira, foi colocada no local há 20 anos. Um morador do povoado Riacho sofreu um grave acidente de carro e fez uma promessa: colocaria uma cruz na serra do Umbuzeiro caso se recuperasse; e assim o fez.
A cruz, anteriormente de madeira, foi trocada por uma de ferro. Da cruz original, restou apenas a cruz menor de metal no centro da atual.
Não confunda essa cruz com a que você encontrará no topo do morro. Essa é bem mais recente e foi colocada por um grupo de estudiosos há uns 5 anos. Essa cruz possuía um sistema de aquecimento solar que permitiria que ela ficasse iluminada durante a noite. Infelizmente, segundo os moradores, a cruz foi queimada no mesmo dia em que foi instalada e, portanto, nunca ficou iluminada.
Continue caminhando por mais algum tempo e o seu esforço será recompensado. Logo chegará no topo da serra e será brindado com uma vista incrível! Você terá uma visão 360 graus da região.
É possível avistar Paulo Afonso, o velho Chico e tudo mais que seus olhos alcançarem. Eu me senti um pouco tonta, por isso, aconselho a fazer as fotos sentado.
Na volta, caminhamos em direção à Toca da Onça, lugar onde os turistas costumam parar para fazer um lanche.
Para chegar na toca, você precisa passar pelo Buraco da Agulha ou Buraco do Pecado. Trata-se de uma pequena fenda na rocha. Fiquei com medo de “entalar”! Mas, deu tudo certo! Entre de lado, abaixe, procure o espaço mais largo e aí sim, saia.
Passamos depois pela Toca da Espingarda, uma caverna profunda onde dizem que Lampião e seu bando se escondiam.
Os moradores contam que, por ser uma caverna bastante comprida, também servia para esconderijo das armas de Lampião. Não descemos na caverna pois o acesso é muito ruim e havia muitos morcegos enormes; não valia o risco!
Lampião foi o mais famoso chefe cangaceiro que existiu no país e teve atuação entre 1922 e 1938 (…) liderou um grupo de homens que aterrorizou o interior do Nordeste com seus saques. Foi morto em uma emboscada, em 1938 (fonte: Brasil Escola).
Um pouco mais a frente, encante-se com as pinturas rupestres. Infelizmente, encontramos algumas depredações e pichações. O local deveria estar isolado para evitar a estupidez humana!
A arte rupestre é reconhecida como uma das mais antigas manifestações estéticas do homem ao longo de toda sua história. O termo rupestre vem do francês e significa “gravação” ou “traçado”, fazendo referência direta às técnicas empregadas nas pinturas que representam esse tipo de expressão artística (fonte: Mundo Educação).
No caminho da volta, encontramos uma ossada de bode. É muito comum ver esses animais por lá. Eles se adaptam muito bem à vegetação de caatinga. Também vimos vários urubus no local.
Depois disso, começamos a volta pelo mesmo local que subimos. Tenham atenção redobrada nas pedras soltas (eu sofri uma pequena queda, sem gravidade) e também com os espinhos dos cactos. Um deles conseguiu perfurar a sola do tênis do Emerson, mas, felizmente, embora tenha doído, não furou o pé!
Após cerca de duas horas e meia, estávamos de volta ao carro e felizes por termos conhecido mais esse belíssimo e isolado presente da natureza.
Recomendações
- Vá bem cedinho ou fim da tarde pois a trilha é aberta e o sol é inclemente.
- Abuse do protetor solar
- Use calça e camiseta comprida pois, além de ajudar a proteger do sol, evita que você se machuque nos espinhos das plantas da caatinga.
- Leve água pois, não há onde comprá-la.
- Utilize tênis para fazer a trilha. Além de ter muitas pedras soltas, a vegetação rasteira pode ter espinhos que machucam os pés.
- Considere contratar um guia. A trilha tem algumas sinalizações, mas não achei fácil segui-las.
Resumo
A Serra do Umbuzeiro é uma trilha moderada, relativamente curta, sem subidas muito íngremes e que presenteia o turista com uma incrível vista 360 graus da região, além de poder aprender sobre a flora local e histórias do cangaço.
- Dificuldade: moderada. Não possui subidas íngremes mas, as pedras soltas podem ocasionar acidentes se você não estiver muito atento.
- Distância: em torno de 2km (560m altura)
- Tempo: Passeio de 2h30min
- Preço: gratuito
- Guia: não é obrigatório mas, recomendo. A trilha não é bem sinalizada e você pode não aproveitar todas as atrações.
- Cidade base: Paulo Afonso/BA (20 km de Paulo Afonso até o Povoado Riacho).
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Ah! Que pena que não fiquei sabendo da existência da Serra do Umbuzeiro quando estive pela região. Totalmente meu tipo de lugar e de atividade. Amei as fotos!
Infelizmente é um lugar pouco conhecido pois tem poucas informações na internet. A população da região conhece bastante pois é um lugar importante de peregrinação na época de Páscoa. Ficamos muito felizes de termos ido!!!
Deve ser super empolgante fazer essa trilha na Serra do Umbezeiro. Achei muito bonito o local e me fez lembrar algumas das serras que temos aqui em Portugal.
Oi Patrícia, é uma trilha bem gostosa e com uma paisagem incrível. Para quem vai para aquela região, vale a pena incluir no roteiro. Bj
Estou encantada com esse lugar, principalmente por amar fazer trilhas no nordeste brasileiro. Inclusive essa dica vale ouro, pois ainda é um lugar pouco conhecido, e, portanto, ainda mais interessante ☺️