Casablanca é a porta de entrada do Marrocos, um país diferente, diversificado e, acima de tudo, encantador.
São tantas paisagens diferentes, que num mesmo dia o turista pode apreciar neve, montanhas e deserto (a foto em destaque é do Deserto de Erg Chebi, em Merzouga, no Marrocos).
- A população do Marrocos é formada principalmente por Árabes (70%) e Berbéres (30%). É predominantemente muçulmano, mas tem minorias cristãs e judaicas. O país não sofreu os efeitos da primavera árabe. Com os problemas nos países vizinhos, Marrocos tende a ser o principal destino turístico do mundo muçulmano.
No país, quase todo mundo fala árabe (no dialeto marroquino) e Francês. Em algumas regiões, fala-se também o Berbere. Mas, não se espante se em muitos lugares turísticos (hotéis, restaurantes, lojas, etc.), falarem Espanhol, Inglês, e até mesmo o Português.
- Os marroquinos, em geral, são muito simpáticos e amistosos, mas é bom tomar cuidado com ofertas/informações na rua. Especialmente nas medinas, o turista recebe diversas indicações, convites, ofertas etc. Simplesmente, ignore-as! Eles são um pouco insistentes!
A moeda do Marrocos é o Dirham Marroquinho (MAD) e sua cotação é aproximadamente 1 Euro por 10 MADs.
Nosso roteiro pelo país foi de 11 dias, passando por Casablanca, Rabat, Merknès, Volubilis, Fez, Chefchaouen, Ifrane, Merzouga, Ouarzazate e Marraquexe.
- Teria alguma cidade que eu não recomendaria visitar? Com certeza, NÃO!
Todas as cidades que visitei no Marrocos tem seu encanto. Marraquexe é o principal destino turístico do Marrocos, mas todas as cidades listadas merecem uma visita. Só me arrependi de não ter ficado mais tempo…
Dia 1
Casablanca é a maior cidade do país, com 5,5 milhões de habitantes. É o maior centro comercial e industrial do Marrocos. É a terceira cidade turística, após Marraquexe e Agadir, mas a maioria dos visitantes vem a negócio.
Chegando a Casablanca
Para chegar ao Marrocos há voo direto pela Royal Air Maroc, partindo de Guarulhos (GRU) até Casablanca (CMN). Mas, é possível chegar ao Marrocos fazendo conexão em Lisboa (TAP), em Madri (MAD), em Roma (ROM) ou outros hubs europeus.
Chegamos ao Aeroporto de Casablanca (CMN) com um voo da Iberia, com conexão em Madri. Compramos o voo no Multiplus por apenas 30 mil pontos.
A Aeronave que faz o voo Guarulhos (GRU) – Madri (MAD) é um A330-300, confortável, com configuração 2-4-2 na classe econômica. Tem um bom sistema de entretenimento, com telas individuais e também Wi-fi Onboard (10 USD por 10 MB). Confesso que me surpreendi com a Iberia pois a companhia tinha uma imagem muito negativa.
São 10 horas até Madri e de 1h30 a 2hs de Madri para Casablanca.
Aeroporto de Casablanca
No Aeroporto de Casablanca todos os passageiros devem passar pelo raio-X de bagagens na alfândega, o que torna um pouco demorado o processo de desembarque.
No próprio aeroporto, compramos um chip (Sim Card) de celular da Maroc Telecom. Foram 150 Dirhams, já incluídos os créditos para usar Internet.
Contratamos um taxi para o hotel. Na saída muitas pessoas ficam oferecendo taxi, mas fomos direto falar com o taxista. Pagamos 300 dirhams até o Hotel. (O transfer oferecido pelo hotel saía por 400 MADs).
- Se você estiver hospedado num hotel próximo à Estação de trem Casa-Port, tais como, o Ibis Casablanca City Center ou o Novotel Casablanca City Center, vale a pena pegar um trem diretamente no aeroporto. Há, ainda, trens diretamente do Aeroporto de Casablanca para Marrakesh (4 horas) ou para outras cidades. Mais informações no site da empresa de trens ONCF (em Francês).
Onde ficar em Casablanca?
Nos hospedamos no Hotel Gauthier, um hotel boutique, nas proximidades do Parque da Liga Árabe. Foram aproximadamente R$ 300,00 a diária, sem café da manhã. Os quartos são bons, limpos e modernos.
O wifi é gratuito. O atendimento no café/restaurante é muito bom e o café da manhã sai por aprox. 8 Euros.
Visitando o Mercado Central
No primeiro dia, no período da tarde, seguimos de tram até o Mercado Central. A estação Avenue Hassan II fica a 10 minutos de caminhada do hotel. Para comprar o ticket é necessário usar moedas.
O Mercado Central de Casablanca é pequeno. É um conjunto de lojas e bancas de frutas, legumes, verduras,etc. Mas, não vi nada de mais e o local nem é agradável assim, apesar de bem elogiado no TripAdvisor.
Procuramos uma agência de viagens para contratar um passeio entre Rabat e Fez, passando por Meknès e Volubilis.
- Contratamos a Olive Branch Tours. A excursão não foi barata, mas o serviço foi de excelente qualidade. Saia por 665 Euros para 5 pessoas. A vantagem foi ter aproveitado o dia de viagem para já fazer um dos passeios próximos a Fez (Meknès e Volubilis). Você também pode chegar a Rabat e Fez de trem.
Restaurante Les Fleurs
Paramos para almoçar no restaurante Les Fleurs, que fica próximo à agência de viagens. Comi um dos pratos típicos do Marrocos, o Tagine de Veau.
Nesta região, há várias Casas de Câmbio com boas taxas (1 Euro por 10,55 Dirhams).
Restaurante Hippopotamus
Retornamos caminhando para o hotel e aproveitamos para tomar um vinho no Hippopotamus, um restaurante e bar muito agradável, nas proximidades do hotel. Atendimento excelente. Recomendo! Uma dica é provar o vinho tinto marroquino S de Siroua – Syrah.
- Algo chato no Marrocos é que as pessoas podem fumar mesmo em lugares fechados, o que é bem inconveniente para nós brasileiros.
Neste dia, tivemos apenas um primeiro contato com o Marrocos. Nem imaginávamos as surpresas que estariam por vir.
Dia 2
Em Casablanca, está disponível o serviço Uber. E é muito barato! Geralmente, o trajeto dentro da cidade custa o equivalente a 2 ou 3 Euros.
Mesquita Hassan II
Pegamos o Uber com destino à Mesquita Hassan II, a principal atração de Casablanca. A mesquita é belíssima, próxima à Orla. É a única mesquita no Marrocos aberta à visitação de não-muçulmanos. Portanto, não deixe de visitá-la!
- A visitação no interior da mesquita é guiada e o ticket de entrada custa 120 MAD (aprox. 12 Euros). Fique atento pois a visita só ocorre em horários pré determinados: 9:00hs, 10:00hs, 11:00hs e 14:00hs. As visitas estão disponíveis em várias línguas: espanhol, inglês, alemão, mandarim etc.
Comprei o ticket e, enquanto aguardava o horário de visita, aproveitei para tirar algumas fotos da parte externa da mesquita.
Diferentemente das mesquitas tradicionais, as mulheres não necessitam usar o hijab (lenço na cabeça) ao visitar a Mesquita Hassan II. A propósito, Hassan II foi o pai do atual Rei do Marrocos, Mohammed VI, e filho do Rei Mohammed V.
A mesquita foi inaugurada em agosto/93 e projetada pelo arquiteto francês Michel Pinseau.
O seu minarete (torre) é o mais alto do mundo, com 210 metros de altura. A propósito, uma característica dos minaretes no Marrocos é sua seção quadrangular. Em outros países, costuma-se ter uma seção redonda.
Além de mesquita, o edifício tem outras funções: uma madrassa (escola corânica), salas de conferências, hammams (banhos), bibliotecas especializadas e um estacionamento subterrâneo.
A visita começa pela Sala de Oração, uma imensa sala capaz de abrigar 20 a 25 mil pessoas. Há um Mezanino, onde oram as mulheres.
- A sala de oração é moderna. Por exemplo, os autofalantes estão incorporados à decoração. O teto e a porta tem abertura eletrônica. A mesquita conta, ainda, com tecnologias como resistência sísmica e soalho aquecido (fonte: wikipedia).
Visitamos, ainda, a Sala de Ablução e o Hamman, um banho.
O Hamman é apenas ilustrativo. Não funciona mais.
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Restaurante Sqala
Após visitar a Mesquita, seguimos até o Restaurante Sqala. Mas, antes, passamos pelo famoso Rick´s Café, para reservar mesa para jantar. Importante reservar com antecedência!
O Sqala fica na parte de cima de um forte em frente ao litoral.
O restaurante é excelente, com ótima relação custo-benefício! As entradas são deliciosas.
E os pratos principais também! Eu pedi o prato Gambas Grillées, que incluía um risoto (no fundo do prato). A sobremesa foi de Pastine. Hum… Que delícia!
A conta saiu por 200 MAD por pessoa, aprox 20 Euros.
Old Medina
Após o almoço, percorremos a Old Medina (medina antiga), que fica simplesmente atrás do Restaurante Sqala.
- Medina é uma cidade antiga murada e com ruas estreitas. Atualmente, as medinas contém diversas lojas e barracas de vendedores. Mas, não há só lojas de artesanatos e artigos típicos do Marrocos. Quem visita uma medina vai se surpreender com tantas lojas que comercializam produtos chineses. É recomendável barganhar nas medinas.
Para não se perder no meio de tantas ruas/vielas, recomendo utilizar o aplicativo Maps Google no celular.
Depois da Old Medina, seguimos caminhando em direção à Sacre Coeur, uma das principais catedrais do país. Entretanto, como muita coisa na cidade, a catedral estava em obras.
Catedral Notre Dame de Lourdes
Seguimos, então, em direção à Catedral Notre Dame de Lourdes, que estava aberta. Sua arquitetura é moderna. Merecem destaque os seus belíssimos vitrais.
A propósito, é muito interessante ver uma Catedral Católica num país majoritariamente muçulmano.
Nouvelle Medina
Por fim, seguimos até a Nova Medina – Nouvelle Medina. Bem mais agradável que a Old Medina. E claro, não deixamos de passar nas Patisseries do bairro. Delicioso!
E que tal um Chá antes de retornar ao hotel?
Rick’s Café
À noite, fomos ao Rick’s Café, recriação do cenário do famoso filme Casablanca de 1942.
O atendimento é excelente. A comida também. O cardápio era específico para aquele dia.
Provei um Rosbife, simplesmente delicioso. O vinho também!
Tudo escutando uma agradável música de Piano.
- O ponto negativo foi, como já mencionei, as pessoas fumando dentro do restaurante.
Confira o percurso do nosso segundo dia de viagem
Resumindo…
Casablanca é a porta de entrada para o Marrocos. Há voos diretos da Royal Air Maroc entre o Brasil e esse principal centro econômico e industrial do país.
Além disso, a cidade é uma metrópole com boa infraestrutura de transporte, bons restaurantes, e atrações suficientes para 2 ou 3 dias de viagem. Um ponto positivo é que a cidade é bem amigável ao pedestre. Ficamos 2 dias inteiros na cidade. Me arrependo de não ter passado mais tempo.