Fez (ou Fés) é uma das maiores cidades do Marrocos com mais de 1 milhão de habitantes. Foi fundada em 789 por Moulay Idriss, tendo sido a capital de Marrocos em várias ocasiões. É onde está localizada a Universidade al Quaraouiyine, a mais antiga universidade do mundo ainda em funcionamento, criada em 859 (fonte: wikipedia).
Uma das principais atrações de Fez é a medina (Fes el Bali). É uma das maiores do Marrocos, com 14 km de perímetro e mais de 10 mil ruas ou vielas. Muito fácil de se perder. Muitos dos pontos turísticos estão localizados no interior da medina, tais como, o Museu de Artes e Ofícios de Madeira e o Túmulo de Moulay Idriss II.
Onde ficar em Fez?
Nos hospedamos no Hotel Palais Medina & Spa Fès. Excelente!
O preço foi R$ 1.500 por 4 dias, com direito à café da manhã. Infelizmente, como estava frio não aproveitamos as facilidades do hotel, tais como, piscina, spa etc.
O quarto era bem confortável! E o Restaurante Imperial, do hotel, é muito bom.
- O ponto negativo é o cigarro. Pessoas fumam no hall/lobby do hotel e a fumaça incomoda!
Dia 1
Chegamos a Fez à noite, vindos de Rabat passando por Meknès e Volubilis. No dia seguinte, tomamos café da manhã e começamos o nosso percurso pela cidade.
Jardin des Alaouites
O primeiro ponto foi o Jardin des Alaouites, ao lado do hotel.
Palácio Real
Em seguida, fomos ao Portal do Palais Royal de Fes. O palácio tem uma área total de 80 hectares e é conhecido por esses portões ornamentados com azulejos e madeiras de cedro esculpidas.
Infelizmente, o Palácio Real não está aberto à visitação pública, mas a maioria dos turistas param diante dessas belíssimas portas para tirar algumas fotos.
Bairro Judeu
Caminhamos pelo Bairro Judeu passando por calçadão com diversas lojas.
- No Marrocos, os bairros ou quarteirões judeus eram chamados de Mellahs. A população judia começou a ser confinada nesses bairros a partir do século XV. Eram bairros fortificados com um portal de entrada. Estavam localizados nas proximidades do Palácio Real (como é o caso de Fez), visando proteger seus habitantes de eventuais revoltas. O primeiro Mellah no Marrocos foi fundado na cidade de Fez em 1438. (fonte: wikipedia)
Uma característica do bairro judeu é que as janelas das construções são voltadas para fora, diferentemente das da medina, cujas janelas são voltadas para dentro.
Sinagoga Ibn Danan
No bairro Judeu, visitamos a Sinagoga Ibn Danan. E, incrivelmente, fomos recebidos por uma Muçulmana que toma conta do local. Foram 20 MADs pela visita.
- Muitos judeus que viviam no Marrocos seguiram para Israel, incentivados pelos benefícios que o Estado Judeu oferecia. Em razão disso, alguns locais judeus (cemitérios, sinagogas, etc.) do Marrocos passaram a ser cuidados e mantidos por muçulmanos, que são a maioria do país.
Grande Rue de Fès el Jdid
Caminhamos pela Grande Rue de Fès el Jdid …repletas de lojas de vestuário.
Jardin Jnane Sbil
Paramos para apreciar o Jardin Jnane Sbil. Trata-se de um parque público com 75 hectares fundado no século XVIII pelo Moulay Abdellah. É o parque público mais antigo da cidade de Fez. O Jardin tem uma incrível diversidade de espécies de plantas (mais de 3 mil) e um belíssimo lago que vale a visita.
Medina de Fez
E chegamos até Bab Chems, uma das principais portas da Medina, mas ainda não entramos. Era hora do almoço. Fizemos uma pausa no Restaurante Mezzanine, que como o próprio nome indica tem um terraço bem agradável.
Finalmente, entramos na Medina, pegando subidas, descidas e passando por lojas que comercializam de tudo. A Medina de Fez era bem maior que as medinas que havíamos visitado até então. Era muito fácil se perder!
- #DicadoClasseTurista: Para explorar a medina, contrate um guia licenciado (não na rua) ou utilize Maps Google. E se for usar o Maps Google, permaneça apenas nas vias mapeadas pelo aplicativo.
Caminhar pela medina pode ser cansativo: havia subidas, descidas, e vielas estreitas. Além disso, é uma muvuca! Muita gente vai te abordar, mas é só não dar bola. Fique atento: algumas pessoas podem te passar informações erradas.
No nosso trajeto, seguimos direto pela Rue Talaa Kebira até chegar a Zaouia (túmulo) de Moulay Idriss II. Infelizmente, não foi possível visita-lo.
Retornando para o hotel
Após chegar ao Mausoléu de Moulay Idriss II, saímos da medina por Derb Zerbtana e pela Rue Sidi El Khiyat até chegar a uma rotatória.
Depois seguimos pela Avenue du Batha. Foram uns 30 minutos de caminhada até o hotel.
Restaurante Imperial
À noite, jantamos no Restaurante Imperial, que fica no hotel. Além da comodidade, a comida é de excelente qualidade a um preço justo. Você tem a opção de comer no Buffet ou à la Carte. Minha sugestão é provar este delicioso salmão!
Esse foi nosso primeiro dia em Fez.
Dia 2
No segundo dia, fizemos um tour guiado pela Medina de Fez e outros pontos turísticos da cidade. Contratamos o sr. Ali, que já havia sido nosso guia no trajeto entre Rabat e Fez. Ele fala espanhol e é profissional. Cobrou 40 Euros para nos guiar pela Medina. Ele, também, providenciou o transporte por 300 MADs. Se alguém tiver interessado, deixo o contato: (212) 0664887477.
- Mas, lembro que não é necessário ir com guia para a Medina, basta instalar o Maps Google para não se perder no meio de tantas ruelas.
Borj Sud
Começamos nosso dia visitando a Torre/Fortaleza do Sul (Borj Sud). A torre ou forte situado no alto de uma pequena colina, permite obter uma visão panorâmica da Medina, que é gigantesca. Infelizmente, não é possível visitar o interior da Fortaleza.
Além da Borj Sud, Fez tem outras fortalezas e uma das mais visitadas é a Borj Nord.
Poterie de Fes
Seguimos para uma fábrica/loja de Cerâmica (Fes Moroccan Pottery – Poterie de Fes), situada fora da Medina.
Lá, foi possível ver todo o processo de confecção de diversos produtos de cerâmica, desde os pequenos (vasos, porta-guardanapos, bules, etc.) até mesas e artefatos maiores. Alguns são até exportados.
Retornando à Medina de Fez
Então, entramos na Medina por uma entrada oposta em relação àquela que havíamos entrado no dia anterior.
E percorremos algumas lojas do Souk, uma área reformada da Medina.
Tapetes
A primeira parada foi numa loja de Tapetes. A loja tem vários andares e os tapetes ficam expostos no chão e nas paredes. Mas, não me interessei muito pelos produtos.
Produtos de Couro
A segunda parada foi numa loja de produtos de couro, tais como, casacos, cintos, calçados, bolsas carteiras, puffs, etc.
Subimos no terraço da loja, onde pudemos ver o trabalho dos curtidores, a pintura e a secagem do couro, além de ter uma excelente vista da medina.
As visitas são sempre acompanhadas por um funcionário da loja, que dá informações básicas sobre o processo de fabricação.
Riad Belghazi
Em seguida, fomos almoçar no Riad Belghazi.
- Riad é um hotel localizado no interior de uma Medina. Caracteriza-se por ter um pátio interno aberto. Como havia falado, as janelas das construções das medinas (e das casas árabes em geral) são voltadas para dentro e não para fora. A palavra Riad significa “Jardim” em árabe.
Almoço bom, barato. Bom atendimento. Um dos garçons procurava fazer o máximo para nos atender da melhor maneira possível.
Artigos de Metal
Continuamos o nosso tour pela Medina. A terceira parada foi numa loja de artigos de metal.
Confira alguns dos produtos abaixo. Belíssimos por sinal!
Gran Mesquita
Em seguida, passamos pela Gran Mesquita, mas, a entrada é exclusiva para muçulmanos. A única mesquita aberta para a visitação de não-muçulmanos é a Mesquita Hassan II, em Casablanca.
Loja de Tecidos e Bolsas
Por fim, terminamos o tour numa loja de tecidos, bolsas, lenços, etc.
Os preços nas lojas que visitamos eram caros, apesar de os produtos serem de boa qualidade. Necessário Pechinchar! Algumas lojas tinham preços em Euros, outras em Dirhams. Era bom ter cuidado com a taxa de conversão.
Não comprei nada mas, acho que valeu a pena para conhecer a variedade de produtos que são feitos e comercializados no interior de uma Medina.
- Tive a impressão que o nosso guia recebia alguma comissão das lojas visitadas. Sempre que saíamos de uma loja, um mesmo rapaz se encontrava com o guia e lhe entregava algo. Suspeito que esse rapaz coletava a comissão junto aos lojistas, logo após a nossa saída.
Como eu falei, não é necessário guia para visitar a Medina de Fez, basta que você tome alguns cuidados. Por exemplo, utilize o Maps Google para se localizar e só ande pelas vielas mapeadas pelo aplicativo.
À noite, jantamos novamente no Restaurante Imperial do hotel. No dia seguinte, iríamos para Chefchaouen, a cidade azul.
Resumindo…
Valeu a pena conhecer Fez, uma das 4 cidades imperiais do Marrocos. Sua principal atração é a Medina. Tudo gira em torno dela. Para quem gosta de passear por lojinhas e conhecer os produtos das mais variadas naturezas, Fez é, sem dúvida, uma visita obrigatória.