São vários os erros que podemos cometer ao comprar passagens aéreas. A boa notícia é que eles são perfeitamente evitáveis! De fato, a maior parte destes equívocos ocorre quando compramos de maneira apressada, sem uma pesquisa adequada e sem vislumbrar todas as consequências da nossa escolha.
Neste artigo, destacamos os 20 principais pontos para você tomar cuidado na hora de adquirir o seu bilhete aéreo. Confira!
1. Voo com conexão de madrugada
Conexões de madrugada não são comuns em voos domésticos no Brasil, mas aparecem com frequência em voos no exterior. Em qualquer caso, minha recomendação é evitá-las, especialmente se os voos forem de curta duração.
Nessa situação, você não consegue dormir bem no primeiro voo, pode ficar desatento nos procedimentos para conexão, e ainda chegar “quebrado” ao seu destino em razão da interrupção do sono. Se você pretende realizar alguma atividade importante na manhã seguinte, nem considere essa alternativa.
A propósito, tive uma experiência desagradável num voo de madrugada entre a Cidade de Cebu (CEB) e Bangkok (BKK), com conexão em Manila (MNL). Cansado e com muito sono, acabei perdendo o meu notebook durante os procedimentos de segurança na conexão.
2. Conexão com mudança de aeroporto
Ao pesquisar trajetos internacionais, é comum aparecer opções de voos com conexão e mudança de aeroporto. Isso pode acontecer quando as conexões são realizadas em grandes cidades, tais como, São Paulo, Rio de Janeiro, Londres, Nova Iorque ou Paris, que possuem mais de um aeroporto. Em trajetos domésticos, isso também pode ocorrer, mas não é tão comum.
Exemplo: um trajeto de Madri (MAD) para Brasília (BSB), pela Latam, pode ser feito com conexão em São Paulo e dois trechos voados: Madri (MAD) – Guarulhos (GRU) e Congonhas (CGH) – Brasília (BSB), ou seja, você desembarcará em Guarulhos e reembarcará em Congonhas.
Esqueça essa opção! Em verdade, nem sei como isso é permitido num país sem um sistema de transporte público eficiente, como é o caso do Brasil.
Em primeiro lugar, o deslocamento entre os aeroportos é por sua conta e risco. Se não estiver apenas com bagagem de mão, você terá que retirar a bagagem num aeroporto e despachá-la novamente no outro aeroporto. Com o trânsito das cidades grandes, você corre sério risco de perder a sua conexão.
É verdade que algumas companhias aéreas disponibilizam ônibus para fazer o trajeto, mas o mais provável é que você tenha que pagar o translado do próprio bolso.
3. Conexão internacional curta
Ao comprar voos com conexões internacionais, ou seja, aquelas em que terá que realizar os procedimentos de imigração e/ou alfândega, você deve ficar atento ao tempo de conexão – intervalo entre o horário previsto de chegada de um voo e o horário de partida do voo seguinte.
Se for menos que duas horas, não compre esse voo! O tempo mínimo razoável é de 3 ou 4 horas. É necessário deixar uma margem de segurança, pois muitas coisas podem não ocorrer conforme o planejado, tais como:
- o primeiro voo pode atrasar;
- o desembarque do primeiro voo pode demorar;
- pode haver filas enormes na imigração e na alfândega;
- você pode ser selecionado para a inspeção secundária;
- a distância entre os terminais de desembarque e reembarque pode ser grande, exigindo tomar ônibus ou trens ou ainda caminhar por vários minutos até chegar ao seu novo portão de embarque.
Além disso, quando a conexão é curta, maior a chance de extravio da sua bagagem despachada.
Lembro-me de uma conexão que fiz no Aeroporto de Frankfurt (FRA) com destino a Münster – Osnabrück (FMO). Como o voo atrasou, tive menos de uma hora para sair da aeronave e chegar até o segundo voo. Naquele imenso aeroporto, tive que sair correndo de um dos terminais até outro por um caminho não tão simples. Por pouco, consegui embarcar, mas a minha mala não chegou a Münster junto comigo.
4. Deixar para comprar na última hora ou comprar muito cedo
Já explicamos neste blog que os preços das passagens aéreas para um dado voo e na mesma classe de serviço variam com o tempo. O gráfico a seguir apresenta um exemplo dessa variação.
Ao lado direito do gráfico, observamos um crescimento vertical dos preços das passagens no mês que antecede a data do voo. O lado esquerdo representa o início da comercialização dos voos (11 ou 12 meses antes do voo) e os preços não são os mais baixos que encontramos.
Isso tudo sugere que há uma janela de oportunidade para você obter as melhores tarifas. Nem muito cedo, nem muito tarde. Para essa realidade retratada, voos domésticos nos EUA em 2013, a janela de oportunidade ocorre entre 29 e 104 dias da data do voo.
De qualquer forma, se você comprar a passagem muito cedo, é bem provável que pague menos que se comprá-la em cima da hora, ainda que não consiga pegar as tarifas mais baratas.
5. Não verificar a aeronave e a configuração dos assentos
O tipo de aeronave e a configuração dos assentos são fatores que afetam muito a sua experiência de voar. Voar, por exemplo, na classe econômica do Airbus A380 com configuração 3-4-3 é melhor e mais espaçoso que voar no Boeing 777 com a mesma configuração de assentos.
Ademais, uma mesma aeronave pode vir configurada de forma diversa. Os Boeings 777 da Emirates tem configuração 3-4-3, enquanto alguns da Qatar Airways podem ter a configuração 3-3-3.
Por isso, é extremamente importante que, ao comprar sua passagem, você confira a aeronave que será usada e a configuração de assentos.
- O site SeatGuru é muito útil para isso, informando inclusive a distância entre os assentos (pitch) e a largura da poltrona.
Essa medida é ainda mais importante para quem viaja de Classe Executiva, pois esta varia muito de companhia para companhia e de aeronave para aeronave.
Em aeronaves de corredor único (Airbus A320 ou Boeing 737, por exemplo), as executivas podem consistir, tão somente, dos assentos normais da econômica com um mero bloqueio no assento do meio. Neste caso, você deve refletir se vale mesmo à pena para pagar pela Executiva.
6. Erros no preenchimento dos nomes dos passageiros
Para o preenchimento do nome e sobrenome do passageiro no momento da compra, a minha dica é bem simples: preencha os campos exatamente como constam do seu passaporte.
Exemplo: Se no passaporte do “João da Silva Ferreira” consta como Nome “João da Silva” e Sobrenome “Ferreira”, é dessa forma que ele tem que preencher os campos Nome e Sobrenome na compra da passagem Aérea.
Entretanto, a maioria das companhias aéreas admite que você inclua na passagem, tão somente, o primeiro nome e o último sobrenome. No exemplo acima, “João” e “Ferreira”.
Entretanto, se o seu sobrenome terminar em Júnior, Neto, Sobrinho, ou outra palavra que designe parentesco (agnome), você deverá incluir também esta palavra.
Se o nome fosse “João da Silva Ferreira Júnior”, você deveria incluir “João”, no nome, e “Ferreira Júnior”, no sobrenome.
Erros de grafia, alterações de posição de nome/sobrenome, inclusão ou exclusão de componentes do nome em razão de casamento ou separação são muito comuns e podem levar à negativa do embarque, especialmente, em voos internacionais.
A dica é corrigir o(s) erro(s) antes de tentar embarcar, ou seja, não adianta tentar resolver o erro no momento do check-in.
Entre em contato com a companhia aérea (ou com a agência que emitiu a passagem) com antecedência e procure fazer a correção do nome e sobrenome na passagem aérea.
A Latam, por exemplo, não cobra taxa para fazer a alteração desde que esta não altere o sentido do nome. É possível, por exemplo, corrigir até 3 letras do nome ou sobrenome, inverter a ordem dos sobrenomes ou de nome compostos, omitir o primeiro nome de um nome composto, ou mesmo, ajustar o nome ou sobrenome por não utiliza-los mais legalmente (casamento, adoção, troca de sexo, etc).
7. Falta de atenção às datas e horários dos voos
Ao comprar passagens aéreas, fique sempre atento aos horários e datas dos voos.
Em determinados voos para a Ásia e para a Oceania, você pode acabar chegando dois dias após a partida (D+2), o que significa que você deverá programar a sua viagem no destino a partir deste dia, incluindo a reserva dos hotéis.
Voos após a meia-noite podem gerar confusão. Por exemplo, se você comprar um voo que decola às 00:05hs do dia 20, deverá estar preparado para viajar à noite do dia 19.
Uma dica importante, em qualquer caso, é sempre manter o relógio ajustado ao fuso local. Lembre-se que os voos chegam e decolam sempre no horário local, ou seja, se o seu voo parte do Brasil e faz conexão em Paris, o horário da conexão está no fuso da França e não do Brasil.
Para evitar problemas, costumo ajustar o horário do relógio para o próximo destino sempre que embarco na aeronave.
8. Deixar de verificar as regras da sua tarifa
Com a desregulamentação tarifária, as companhias aéreas, no Brasil e no exterior, passaram a cobrar bagagem despachada, reserva de assentos, alimentação etc. As empresas, em regra, oferecem diversos perfis de tarifa, englobando ou não os serviços adicionais. Cada perfil tem ainda as suas regras de reembolso e alteração.
É importante ficar atento ao que está ou não incluído no perfil de tarifa escolhido. Muitas vezes, as pessoas contratam o perfil mais barato e se surpreendem com as cobranças adicionais na hora do check-in.
9. Adquirir passagens em agências online
Em artigos anteriores, indicamos os melhores sites para você comprar passagens aéreas domésticas e internacionais. Como regra, o melhor lugar é no próprio site da companhia aérea.
As agências de viagem online cobram taxas de serviço para a emissão da passagem aérea, ou seja, você vai pagar mais caro.
Além disso, todas as alterações (data, horário, rota, etc) que você pretender fazer na sua passagem, incluindo a solicitação de reembolsos, terão de ser feitas por meio da agência, que poderá cobrar taxas adicionais às taxas cobradas pelas próprias companhias aéreas.
Em alguns casos excepcionais, pode ser vantajoso comprar por agências online. Um exemplo é quando você não consegue comprar no site da companhia aérea determinadas combinações de voos que você só encontra no site da agência ou em meta-buscadores.
Em qualquer caso, só compre em agências online que emitam imediatamente o seu bilhete. Se ela deixar para emitir em outra oportunidade, os preços podem variar e a agência certamente não vai arcar com a diferença.
10. Não consultar os meta-buscadores
Antes de comprar passagens, é essencial pesquisar nos metabuscadores e avaliar as opções de voos e companhias aéreas mais baratas. Para saber mais, leia nosso post sobre os meta-buscadores. Isso não significa que você deva comprar a passagem por meio dos metabuscadores. Veja o item anterior!
11. Não verificar se aquela tarifa é aplicável a você
Em alguns países da América do Sul, há tarifas especiais em voos domésticos para nacionais ou residentes do país. Ex. Peru e Equador. Caso você, estrangeiro, compre uma passagem como essa, deverá ter que pagar uma taxa extra na hora do embarque.
12. Apostar na antecipação ou postergação de voo
As principais companhias aéreas brasileiras contam com o serviço de antecipação ou postergação de voo no mesmo dia. É um serviço interessante, por exemplo, para o viajante de negócios que já fez o que tinha que fazer na cidade e quer voltar mais cedo para casa ou para quem precisa ficar mais tempo no destino.
Ocorre que, como falei, você só consegue fazê-lo no dia do voo e, tão somente, se houver assentos livres.
Por isso, você não deve se planejar contando que vá conseguir fazer a antecipação ou postergação do voo. O voo garantido, em princípio, é apenas aquele que você comprou!
13. Pousar ou decolar de aeroportos distantes
Antes de comprar uma passagem aérea para um aeroporto distante, você deverá levar em conta o tempo e o gasto de deslocamento até o seu destino final.
Explico. Você pode encontrar, por exemplo, uma passagem mais barata para o Aeroporto BVA, nos arredores de Paris. Entretanto, como ele fica longe do centro, antes de comprar as passagens, recomendo que você faça as contas e verifique se não compensa mesmo pousar nos aeroportos de Orly (ORY) ou Charles de Gaulle (CDG), que ficam mais próximos.
O mesmo se aplica ao caso de Viracopos (VCP), em Campinas/SP. Se você pretende ir para São Paulo, deve ter em mente os possíveis gastos de tempo e dinheiro para se deslocar entre Campinas e a capital paulista.
Por óbvio, havendo uma grande diferença de preço entre as passagens, pode valer a pena pousar ou decolar de aeroportos distantes.
14. Não levar em conta o programa de milhagem
Manter-se fiel a um programa de milhagem pode render muitos benefícios. O principal deles é poder acumular milhas ou pontos que permitirão emitir novas passagens quase de graça.
Se você é um viajante frequente, poderá ainda alcançar categorias mais elevadas que oferecem acesso à Sala Vip, despacho gratuito de bagagem, seleção de assento gratuito, pontuação diferenciada, prioridade no check-in e no embarque, antecipação ou postergação de voo sem custo, dentre outros serviços.
Assim sendo, antes de comprar a passagem aérea, você deve avaliar quantos pontos ou milhas irá receber naquele voo. Observe os pontos totais que receberá, os que poderão ser usados para adquirir passagens, e, ainda, os pontos elite, que lhe permitirão mudar de categoria no programa de fidelidade.
Em certos casos, pode valer a pena pagar um pouco a mais para receber esses pontos/milhas. Avalie!
Por outro lado, é importante que você compare, também, o preço das passagens aéreas com pontos e com dinheiro. Para passagens internacionais só de ida em companhias parceiras, pagar com pontos ou milhas aéreas costuma ser uma excelente opção.
15. Voar em companhias aéreas com dificuldades financeiras
Fuja de companhias aéreas com dificuldades financeiras! Sei que se todo mundo fizer isso, gera-se um circulo vicioso em que as condições financeiras da empresa só se agravam. Mas, também temos que ver o lado do consumidor, né?
Imagine ter um voo cancelado no dia do embarque e nenhuma outra empresa aérea endossar o seu bilhete (pois, provavelmente, não irá receber nada da companhia em dificuldade). Sem a menor perspectiva de resolver o problema, você fica no aeroporto sem nenhuma assistência: hospedagem, alimentação e, principalmente, o transporte contratado.
Os telefones de contato da empresa não atendem ou estão sempre ocupados. Um único funcionário no balcão de atendimento sofre para tentar dar uma solução que não depende só dele. Os passageiros ficam exaltados, mas isso não resolve nada.
Nos últimos anos, vi algo parecido em três oportunidades no Brasil. Com a Varig, em 2006, com a Avianca Brasil, em 2018, e com a Itapemirim, em 2021. Amigos e familiares passaram por situações parecidas.
Por isso, recomendo sempre ficar atento ao noticiário. Essas coisas não acontecem de uma hora para outra. Cancelamentos frequentes podem ser indícios de que a empresa não está “muito bem das pernas”. Vale a pena, ainda, consultar as reclamações postadas acerca da empresa no site Reclame Aqui.
16. Ignorar os e-mails enviados pelas empresas aéreas
Após a compra da passagem, é sempre importante ficar atento aos e-mails encaminhados pelas empresas aéreas.
É comum que as companhias promovam alteração dos horários dos voos, cancelamentos, ou, até mesmo, deixem de operar uma determinada rota. Já presenciei essas três situações, sendo a primeira (alteração de horários) a mais frequente delas.
Nestes casos, por determinação da ANAC (Resolução ANAC 400/2016), as companhias devem oferecer possibilidade de reembolso ou reacomodação. O pior cenário, contudo, é quando elas deixam de operar determinada rota. Neste caso, você terá que usar, ainda que parcialmente, outro meio de transporte.
Na minha experiência, a Latam é a mais fácil para se lidar nessas situações. Costumam resolver rapidamente e acomodar os passageiros em uma opção bem vantajosa. Por outro lado, não posso dizer o mesmo da Azul Linhas Aéreas.
Quanto antes você souber da alteração ou cancelamento, melhores serão as suas alternativas para a solução do problema.
17. Voar em horários que o fazem perder o dia
Em voos de curta duração, recomendo escolher voos que partam cedo pela manhã ou no final da noite. Em voos de média e longa duração, recomendo partir no final da noite.
Dessa forma, você aproveita melhor o seu dia. O período da tarde é o pior para se fazer viagens curtas, pois você não vai conseguir aproveitar bem a manhã no local de partida (terá que arrumar malas, providenciar o deslocamento, etc.), nem o restante do dia local de destino (chegará muito tarde).
Tudo isso, obviamente, se houver disponibilidade de voos. Caso contrário, você terá que viajar no horário em que eles estiverem disponíveis.
18. Escolher aeroportos errados
No Brasil e no exterior, existem aeroportos e cidades distintos mas com nomes muito parecidos ou até idênticos. Veja só alguns exemplos:
- Campina Grande (CPV), na Paraíba, e Campo Grande (CGR), no Mato Grosso do Sul
- São José dos Campos (SJK) e São José do Rio Preto (SJP). Ou ainda, San José (SJC), na California, ou San José (SJO), na Costa Rica.
- London (LON), na Inglaterra e London (YXU), em Ontario/Canadá
- Oukland (OAK), na Califórnia/Estados Unidos, e Auckland (AKL), Nova Zelândia
A semelhança dos nomes das cidades ou dos códigos IATA pode fazer com que o passageiro desavisado compre uma passagem para uma localidade totalmente diferente da desejada.
A dica é sempre ficar atento na hora de comprar a passagem e, em caso de dúvida, consulte o aplicativo Google Maps.
19. Não verificar as diferenças de tarifa entre classes de serviço
Em determinadas situações, viajar numa classe de serviço superior, como a Econômica Premium ou a Executiva, pode custar apenas um pouco mais que na econômica.
A propósito, não é incomum que as tarifas mais elevadas da classe econômica sejam, até mesmo, superiores às tarifas mais baratas da classe executiva. Essa última situação aconteceu comigo ao comprar uma passagem pela Copa Airlines.
Portanto, na hora de adquirir a sua passagem, é fundamental que verifique a diferença entre as tarifas das diferentes classes de serviço e analise se não vale a pena optar pela classe superior. Pode ser que por uma pequena quantia a mais (ou até por menos), você viaje com muito mais conforto.
20. “Voos flexíveis”
Recentemente, uma agência de viagens começou a comercializar no Brasil os chamados “voos flexíveis”, com preços muito abaixo dos praticados pelas companhias aéreas. Esse produto despertou interesse em muitos viajantes, tendo em vista o enorme aumento de preços nas passagens aéreas ocorrido nos últimos dois anos. Esse interesse foi reforçado com a intensa publicidade da agência e com a participação de sites conhecidos por divulgar promoções de passagens aéreas.
Os tais “voos flexíveis” exigem que o viajante tenha flexibilidade de 24 horas na data da viagem, tanto na ida quanto na volta. O passageiro sugere as datas e escolhe a origem e o destino para viajar num formulário que é enviado pela agência. A passagem aérea pode ser emitida em até 10 dias antes da data do voo de ida e pode envolver várias escalas ou conexões. Só, então, o passageiro fica sabendo as datas, os horários e os trajetos dos voos.
Quem é leitor do blog sabe que nós jamais recomendaríamos a compra deste produto por vários motivos.
Em primeiro lugar, o próprio nome dá margem a interpretações equivocadas. Não é o mesmo que “passagem remarcável”, ou seja, que corresponde à tarifa mais cara que permite alteração do seu voo sem custo. Aqui, o “voo flexível” é para a agência e não para o usuário do transporte aéreo. Para o passageiro, as datas e horários são rígidos e só serão conhecidos poucos dias antes do voo.
Isso acaba prejudicando muito o planejamento da sua viagem. Afinal, como reservar os hotéis, os passeios, os translados, o aluguel de carros ou comprar os ingressos, se você só sabe as datas e horários poucos dias antes da viagem? Como fica o agendamento das férias no seu trabalho?
Além disso, há uma enorme incerteza se a sua passagem será emitida ou não.
Perceba que você contratou um terceiro, a agência, e não a empresa que vai efetivamente prestar os serviços, a companhia aérea. Perceba também que o terceiro cobrou muito abaixo do que geralmente é praticado pelas próprias companhias, que estão tentando sobreviver no pós-pandemia. Perceba, ainda, que não está tão vantajoso emitir passagens com milhas aéreas tal como era antigamente.
Sabendo disso, você dobraria a aposta e pagaria antecipado os hotéis e passeios no destino?
Como afirmei no item 9 (acima), só recomendo comprar passagens em agências que emitam o bilhete logo no momento da transação. Já vi e vivi muitas situações em que as agências online demoraram para emitir a passagem e houve variação de preços (sempre para cima), impossibilitando a emissão. Tudo isso, obviamente, após a cobrança em seu cartão de crédito.
Como elas não são ONGs, não arcam com a diferença. Simplesmente, entram em contato contigo solicitando um montante adicional. Nestes casos, só nos resta pedir o Reembolso e aguardar um bom tempo para receber.
E se eu cometi esses erros, o que fazer?
Nesses casos, a dica é entrar em contato com a companhia aérea ou com a agência de viagem na qual você adquiriu a passagem. Nem sempre eles vão poder resolver, mas não vislumbro outra solução. Em alguns casos, elas poderão cobrar taxas de remarcação ou diferenças de tarifas.
Caso o problema não tenha sido solucionado, você também poderá recorrer à agência reguladora (ANAC) ou aos órgãos de defesa do consumidor desde que a empresa tenha violado alguma norma aplicável.
É importante observar que, segundo a regulamentação da ANAC, o usuário poderá desistir da passagem aérea adquirida, sem qualquer ônus, desde que o faça no prazo de até 24 (vinte e quatro) horas, a contar do recebimento do seu comprovante. Entretanto, essa regra só se aplica às compras feitas com antecedência igual ou superior a 7 (sete) dias em relação à data de embarque (art. 11 da Resolução ANAC 400/2016).
E você? Cometeu algum erro na aquisição de suas passagens aéreas? Conte-nos aqui nos comentários!