A Chapada Diamantina é uma região de serras, vales e altiplanos localizada no centro do estado da Bahia. É um destino voltado ao ecoturismo, onde o turista pode encontrar trilhas, cachoeiras, grutas, montanhas, cânions, penhascos, poços, lagos subterrâneos e outros atrativos naturais. É um lugar mágico e encantador com paisagens de beleza não convencional.
Uma boa parte desse paraíso natural é protegido sob a forma de um Parque Nacional, que é administrado pelo ICMBIO, buscando a preservação da biodiversidade, dos ecossistemas e fomentar a pesquisa científica e o turismo sustentável.
Quer conhecer a Chapada Diamantina? Neste artigo, você confere 8 dicas essenciais para a sua primeira viagem.
Sobre a Chapada Diamantina, leia também:
- Cachoeira da Fumaça: vale o esforço?
- Ribeirão do Meio: o famoso escorregador natural da Chapada Diamantina
- Parque da Muritiba: um incrível passeio próximo ao centro de Lençóis
- Onde comer em Mucugê, Bahia?
- Gruta Lapa Doce: uma encantadora caverna na Chapada Diamantina
- Morro do Pai Inácio: o cartão-postal da Chapada Diamantina
- Onde ficar em Mucugê? O guia completo!
1. Em que cidade se hospedar?
A Chapada Diamantina estende-se por uma área que abrange 24 municípios. Entretanto, Mucugê e Lençóis são as principais bases para explorar a região. Além destas, existe o Vale do Capão, no município de Palmeiras, e a cidade de Igatu.
Mucugê é uma cidade pequena, de 9 mil habitantes, agradável e com ruas de pedra. Um ambiente típico de interior. A cidade é plana e dá para fazer tudo a pé. É a base ideal para quem quer conhecer a Cachoeira do Buracão, a Vinícola Uvva, o Poço Encantado, o Poço Azul e a cidade de Igatu.
A maior parte das acomodações são pousadas. Quem quer ficar em hotéis com mais conforto encontra, também, algumas opções, como o Refúgio na Serra Boutique Hotel e o Hotel Alpina (fora da área urbana).
Lençóis é o principal município da Chapada Diamantina, situado a 430 km de Salvador. A cidade, de 12 mil habitantes, é bem mais movimentada que Mucugê. Em razão disso, muitos turistas preferem Mucugê a Lençóis. Apesar disso, Lençóis oferece ao turista uma variedade de restaurantes, agências de turismo, pousadas e hotéis. É uma cidade com muitas ladeiras e ruas de pedras. É bom usar tênis para caminhar, se você não quiser chutar alguma pedra ou torcer o tornozelo.
Lençóis é a base ideal para quem quer conhecer o Morro do Pai Inácio, as Grutas da Lapa Doce, Torrinha e Gruta Azul, o parque Ribeirão do Meio e o parque da Muritiba. De Lençóis, também partem excursões para a Cachoeira da Fumaça.
O Vale do Capão é uma pequena vila situada no município de Palmeiras. Repleto de turistas “bichos-grilos”, é um ambiente alternativo, para quem curte paz e tranquilidade, se é que me entendem. O acesso é muito ruim por uma estrada de terra. O ideal é ir com um veículo alto e com tração nas 4 rodas. As acomodações são pousadas (algumas bem charmosas) e campings.
O Vale do Capão fica bem próximo ao início da trilha para a Cachoeira da Fumaça e pode ser uma base interessante se você quiser fazer esse passeio. Ficando no Vale do Capão, você economiza cerca de 4 horas, que é o tempo gasto no trajeto de Lençóis até o início da trilha, ida e volta.
Igatu é um distrito do município de Andaraí não muito distante de Mucugê. É uma vila histórica com ruas e casas de pedras e pouco mais de 400 habitantes. Muitos turistas ficam em Igatu uma ou duas noites apenas para curtir o clima da cidade. Há boas opções de pousadas, lojas de artesanato e restaurantes. Uma das melhores acomodações é a Pousada Pedras de Igatu.
Dentre as atrações, destacam-se o Mirante do Cruzeiro do Sul, a Gruna do Brejo e a Galeria Arte & Memória. O acesso a Igatu é bem ruim. A estrada é de terra e tem subidas e descidas. É bom ir devagar!
2. Melhor época para visitar
A melhor época para visitar a Chapada Diamantina é durante o período de seca.
Evite viajar na época de chuvas. Para conhecer a maior parte das atrações, você trafegará por estradas de terra, que podem ficar intransitáveis. Ademais, durante as chuvas, a cidade de Lençóis fica sujeita a enchentes. No dia anterior à nossa chegada, o Rio Lençóis transbordou e alagou parte do centro da cidade.
É verdade que no período de chuvas as cachoeiras ficam mais caudalosas e a paisagem mais verde, entretanto, o deslocamento fica muito prejudicado e o risco de trombas d´água maior.
A época de seca vai de abril a outubro. A temporada de chuvas vai de novembro a março. Uma época interessante para visitar talvez seja entre os meses de março a maio, quando a Chapada ainda está verde e as cachoeiras cheias de água.
3. Alugue um carro
Mesmo que você, eventualmente, pegue alguma excursão, alugar um carro é fundamental.
Se você vem à Chapada Diamantina de avião, é provável que desembarque no Aeroporto de Salvador (SSA), que tem mais opções de voos e com tarifas mais em conta. De Salvador até Lençóis, o melhor é que venha dirigindo um carro. A duração do trajeto é de 6h. Se for de ônibus, o trajeto pode levar de 7 a 8h, sem contar com o tempo que levará do aeroporto até a rodoviária de Salvador (20 km). Vimos também muitos relatos de turistas cujos ônibus quebraram no caminho.
O Aeroporto de Lençóis – Horácio de Mattos (LEC) está fechado desde março de 2020. Não há previsão de retorno por falta de empresa administradora. Saiba mais, clique aqui.
Outra motivo para alugar um carro é para viajar entre as cidades de Mucugê, Lençóis ou Igatu.
Por fim, há várias atrações (não próximas à cidade) que você pode visitar por conta própria, sem a necessidade de contratar excursões ou guias. Entretanto, terá que ir de carro.
4. O que levar?
Alguns itens são essenciais para sua viagem à Chapada Diamantina:
- Repelente: você vai precisar! Seja na cidade, seja nas trilhas, os mosquitos não vão te perdoar.
- Calçados antiaderentes: em algumas trilhas, as pedras podem ser bem escorregadias, especialmente, nas descidas.
- Mochilas: para carregar seus pertences e lanches
- Bermudas de lycra: são essenciais para proteger as suas coxas, se você pretende entrar em alguma cachoeira e depois caminhar.
- Chapéu
- Protetor solar: o sol por lá pode ser inclemente!
- Garrafas de água: nas trilhas mais longas, leve, pelo menos, 1 garrafa de 1,5 litro por pessoa.
- Alimentos, frutas: para comer durante as trilhas.
5. Agência de Turismo
Para visitar a Cachoeira do Buracão, a Cachoeira da Fumaça, o Ribeirão do Meio, o Parque da Muritiba ou para fazer outras trilhas, recomendo contratar um guia ou uma agência de turismo. Há atrações para os quais você necessariamente terá que contratar um guia. Ademais, trafegar de carro próprio por algumas estradas de terra é indesejável.
Em Mucugê, utilizamos a agência Andarilhos da Chapada. Em Lençóis, fizemos os passeios com a Zentur. Recomendamos ambas as agências.
A Zentur, localizada na Praça dos Nagôs, logo após a ponte sobre o Rio Lençóis, tem mais de 20 anos de experiência em tours na Chapada Diamantina. Dentre os seus tours, encontram-se trekkings, experiências de aventura como rappel e escalada, além de roteiros de mais de um dia, como por exemplo, os roteiros de 3-5 dias pelo Vale do Pati.
6. Condições das Estradas
Se você for viajar de carro por conta própria, recomendo ficar atento às condições das estradas. Infelizmente, não há um site que disponibilize essas informações. Não encontrei informações nem no site do DNIT, nem no site da ANTT, no tocante às rodovias federais.
No tocante às rodovias estaduais, entrei em contato com a Assessoria de Comunicação da Seinfra/BA, que respondeu meus questionamentos por e-mail.
Antes de trafegar, informe-se com os guias turísticos e com os moradores locais. Se for o caso, pesquise pelas redes sociais. Isso otimiza sua viagem e evita que você pegue alguma rota intrafegável.
Uma das principais rodovias da região, a BR-242, por exemplo, está cheia de buracos no trecho entre Salvador e Lençóis. Ademais, possui grande movimento de caminhões.
7. Internet móvel
Não conte com internet móvel na maior parte dos trechos de estrada, pavimentadas ou não, e nas trilhas. A internet móvel está disponível, como regra, apenas nos perímetros urbanos. Às vezes, lá no alto do morro você pega algum sinal.
Em razão disso, é importante que você baixe seus mapas para uso off-line no celular. Não deixe, também, de marcar os pontos de interesse com antecedência para evitar ficar perdido no caminho.
Convém destacar que, em Mucugê, apenas a operadora Claro funciona. Tanto a Vivo, quanto a TIM, não pegam no perímetro urbano. Em Lençóis, todas as operadoras funcionam.
8. Preparo Físico
A maior parte dos passeios na Chapada Diamantina envolve longas caminhadas, subidas e trilhas. Portanto, antes de viajar, melhore o seu preparo físico! Se você é sedentário, comece a fazer caminhadas de 20 a 30 minutos por dia antes de viajar para ter disposição física para encarar os passeios.
A trilha para Cachoeira da Fumaça é uma das mais difíceis. Envolve 12 km de caminhada (ida e volta), sendo 2 km de subida (puxada) na ida.
Por sua vez, o Vale do Pati é um passeio de 3 a 5 dias pela Chapada Diamantina com trecho de caminhada de cerca de 62 km. Exige um bom preparo físico, pois o nível de esforço exigido é moderado ou avançado.
Ao agendar seus passeios, procure combinar passeios mais cansativos com passeios mais tranquilos. Nem todos os passeios são adequados para crianças ou idosos.